Demora na definição de nomes para Governo e aproximação entre PMDB e PSB podem fazer PT ir para a disputa
Ciro Marques
Repórter de Política
O Partido dos Trabalhadores (PT) já disse e repetiu: a candidatura da deputada federal Fátima Bezerra, ao Senado Federal, é o principal objetivo da sigla no RN em 2014. Contudo, é bem verdade que o plano de ir para as eleições com uma chupa “puro sangue”, composta por Fátima para o Senado e o deputado estadual Fernando Mineiro, para o Governo, ainda não está descartada. E, inclusive, ganhou força com a aproximação entre o PMDB de Henrique Alves e o PSB de Wilma de Faria.
Até porque, para quem não lembra, a candidatura de Mineiro para o Governo foi retirada oficialmente pelo próprio deputado diante da revelação, feita pela deputada Fátima, de que o partido havia fechado uma aliança com o PMDB, indicando o nome para o Senado e os peemedebistas, ao Governo. Contudo, de lá para cá, o nome da ex-governadora Wilma de Faria cresceu. Ela se mostrou viável nas pesquisas de intenção de voto realizadas e, consequentemente, acabou sendo procurada pelo PMDB. Algumas reuniões entre os dois partidos já ocorreram e uma chapa entre peemedebistas e pessebistas, no momento, para mais próxima.
Como, devido a uma recomendação nacional, o PT não deve fortalecer partidos da oposição nacional, no caso, o PSB de Eduardo Campos (adversário na reeleição de Dilma Rousseff), uma aliança unindo PT, PMDB e PSB é quase impossível. “Vamos tentar a participação na chapa majoritária sem nenhuma sede ao pote, ao momento que nos sabemos que ninguém vai coligar conosco se apresentarmos candidato a senador e a governador, temos que discutir com os partidos da base aliada do Governo Federal, do PC do B, PDT, PSD, PMDB. Lamentavelmente o PSB hoje tem um projeto nacional e o nosso projeto político hoje, fundamental, é a reeleição da presidente Dilma Rousseff”, afirmou o presidente municipal do PT, Fernando Siqueira, acrescentando, porém, que acha estranho que nenhum partido tenha apresentado nome para o Governo, sobretudo “diante do desastre administrativo da gestão Rosalba Ciarlini” e que, sendo o caso, o PT poderá ocupar esse espaço com Fernando Mineiro.
Ressalta-se a essa situação o fato do presidente reeleito do Diretório Estadual do PT, Eraldo Paiva, ser um defensor da candidatura própria do partido. “Vamos ouvir e dialogar à luz do entendimento do projeto nacional. A prioridade é a reeleição da companheira Dilma. Estou convicto de que o melhor para o partido seria uma projeto de esquerda ou centro esquerda, com uma candidatura do PT ao Governo. Mas isso não depende só de mim”, já afirmou Eraldo Paiva.
MINEIRO
É importante ressaltar que nem o próprio Mineiro, que já retirou o nome dele da disputa, está totalmente convicto de que não será candidato. “Eu retirei por uma questão obvia: eu não tenho apoio local e também não tenho apoio nacional, tendo em vista ser uma tática nacional reproduzir localmente as alianças com o PMDB e os partidos da base. Então, não vou repetir o que aconteceu comigo em Natal em 2012, que não tive o apoio do conjunto do partido. Se você não tem nenhum o apoio do partido, como é que você vai… Como fui incompetente para conseguir esse apoio, eu retirei meu nome”, afirmou Mineiro, acrescentando, porém, que ainda é um defensor da candidatura própria, assim como os presidentes estadual e municipal do partido.
“Não é porque eu retirei o meu nome que eu vou deixar de fazer a leitura que eu faço. Acho que a sociedade potiguar tem espaço para você fazer uma campanha que debata projetos, que vá no sentido de mudar esse quadro. os atores na política do estado, quem concorre e quem governa são os mesmos de 30 anos. Então, tem espaço muito grande para se buscar um espaço. Esse espaço, claro, não vai cair do céu. Tem que ter ousadia para ocupá-lo. Eu coloquei meu nome porque me dispunha para esse papel, mas não vou ficar sendo candidato de faz de conta. Me dizendo candidato e, nacionalmente, o partido conversando com a aliança do PMDB. Não tenho mais idade para isso”, analisou Mineiro.
Fonte: jornaldehoje.com.br
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