sábado, 4 de janeiro de 2014

Cliente quer evitar 'retaliações' de desembargador após confusão no RN

Alexandre Azevedo afirma que vai ao CNJ para evitar retaliações.
Desembargador do TJRN, Dilermando Motta nega abuso de autoridade.



Alexandre Azevedo discutiu com o desembargador Dilermando Mota em uma padaria de Natal (Foto: Felipe Gibson/G1)Alexandre discutiu com o desembargador Dilermando Motta na padaria Mercatto (Foto: Felipe Gibson/G1)
Sem arrependimento, o empresário Alexandre Azevedo, de 44 anos, afirma que vai "fazer valer o direito de cidadão" após a confusão na qual se envolveu com um desembargador em uma padaria de Natal no último domingo (3). Além do abuso de autoridade do magistrado, ele explica que a decisão de levar o caso ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi tomada para evitar retaliações. "É um medo não só meu, mas de qualquer um que esteja em uma situação como a minha perante uma pessoa na posição dele", diz.

A discussão, segundo Alexandre, foi iniciada depois que o desembargador Dilermando Motta, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, destratou um garçom na padaria Mercatto, no bairro Lagoa Nova, na zona Sul da capital potiguar. Em nota, o magistrado negou que tenha desrespeitado o funcionário.

O empresário mostrou o rosto pela primeira vez nesta sexta-feira (3). Antes de se deixar fotografar, esclareceu que foi convencido pelos advogados de que não haveria problema em aparecer. Alexandre reafirmou o que havia dito em entrevista ao G1 de que não tem intenção de ganhar fama com o caso. "Não tenho intenção de ser celebridade, mas já que aconteceu vou fazer valer meu direito de cidadão", afirma o empresário, que se diz surpreso com a repercussão da confusão nas redes sociais e imprensa.

Sobre a confusão, Alexandre relata que os vídeos postados nas redes sociais podem passar uma falsa impressão do que aconteceu. "Como apareço gritando, parece que estou bem alterado e que o desembargador é quem foi agredido. A verdade é que ele estava sendo contido pois pegou uma cadeira ameaçando me agredir", conta. A discussão entre os dois, de acordo com o empresário, aconteceu depois que o magistrado não concordou com a relatiação sofrida após destratar o garçom.

 "O desembargador estava em um canto com a família e eu com minha mulher em uma cadeira na parte central da padaria. Ele saiu do lugar dele e atravessou o estabelecimento para falar com o funcionário. Quando houve a ameaça de quebrar um copo na cabeça do garçom eu reagi. Tudo levava ao fato de que a agressão aconteceria", diz o empresário. Depois de iniciada a confusão, o desembargador teria ameaçado Alexandre de prisão. "Foram feitas ligações e quatro carros da Polícia Militar apareceram", acrescenta.

De acordo com o empresário, o tenente da PM que estava no local usou o bom senso. "A verdade é que o desembargador foi indelicado com os policiais e os chamou de bando de cagão. Conversei com o tenente também e o pedi bom senso", explica. Após a confusão, ele conta que todos os envolvidos foram liberados.

Fonte: g1.globo.com

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