Ex-ministro é apontado como potencial nome do PDMB, mas ainda segue indeciso sobre candidatura
Alex Viana
Repórter de Política
Ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o empresário Fernando Bezerra, com passagem política pelo Senado da República e pelo Ministério da Integração Nacional, avalia como positiva a proposta do ex-deputado Ney Lopes de Souza (DEM), que sugere um pacto pela governabilidade do Rio Grande do Norte.
“Seja qual for o quadro, acho que tem que restabelecer condições de governabilidade, com um grande pacto em torno dessa governabilidade, que envolveria, não apenas o Executivo, mas o Legislativo e o Judiciário, através de uma análise mais aprofundada. Porque há problemas sérios”, diz. “Eu não acredito que um governador deixe de pagar a folha de pessoal porque quer. Ninguém de bom senso faria isso. Há dificuldade? Como removê-la?”, afirma o empresário.
“Acho importante avançar no pacto de governabilidade do futuro. A manter-se esse quadro, ficaria difícil para quem quer que seja governador do RN. Não estou falando em candidatura. Achei interesse a proposta de Ney porque é ampla e não é em torno de candidatura de ninguém. Acho um fato importante, porque algumas decisões de candidaturas poderão ser tomadas a respeito disso”, completa Bezerra, que é um dos nomes do PMDB para disputar o governo do Estado nas eleições do ano que vem.
Sobre 2014, Fernando Bezerra admite estar “considerando a possibilidade” de ser candidato a governador, mas salienta que o PMDB tem outros nomes, como Henrique, Garibaldi e Walter. “Eu acho que Henrique tem condições de ser candidato, tem um talento muito grande, nunca foi governador do RN. Eu o vejo como liderança nacional, num processo bastante positivo, de amadurecimento político, um sujeito muito inteligente, criativo”, diz, salientando que o fato de Henrique estar bem posicionado no cenário nacional ajudará bastante em caso de ele vir a ser governador.
Do ponto de vista eleitoral, segundo Bezerra, o ministro da Previdência, Garibaldi, é inquestionável. “Acho e até suponho que Wilma de Faria (presidente do PSB) se colocando como candidata a governadora, o nome mais forte num confronto com ela seria Garibaldi. Digo isso pelo que vi nas pesquisas”, afirma, citando o deputado estadual Walter como mais uma opção no PMDB.
VIABILIDADE
Entretanto, segundo Fernando Bezerra, a discussão que deve ser feita, no atual momento, não é sobre nomes de possíveis candidatos, mas sim, sobre as condições de governabilidade do estado. “Na minha visão há um consenso, pelo menos é o que se lê nos jornais, de que há um custo além das possibilidades do Estado em termos de gastos nos outros poderes. Isso é verdade? A ser, dentro da construção de um pacto dessa natureza, que poderia ser negociado como redutor desses custos? Tanto no Legislativo como no Judiciário, como no Executivo, no Ministério Público? Acho que é coisa que interessa à sociedade do RN. É uma coisa que transcende a vontade política e até os partidos. Acho que é uma coisa que a sociedade deve avançar nessa direção. Quem não acha que isso é fundamental para o futuro do RN?”, avalia.
Sobre o quadro político, Fernando Bezerra diz acompanhar apenas pelo noticiário. Para ele, as lideranças maiores do PMDB analisam o quadro político. “O que tenho visto é que coisas estão no stand by de uma maneira geral. Vi no jornal que Wilma não está decidida se será candidata a governadora, se ela quer o Senado. Diante desse conflito interno do PT, como ficaria isso? Acho que estão analisando esse processo”, diz, informando que Henrique e Garibaldi estão “analisando que alianças são possíveis”.
O que tem sido mantido por Henrique e Garibaldi, segundo Fernando Bezerra, é que o PMDB terá candidato a governador, sem especificar quem. “Acho que Henrique é um bom nome, como é evidentemente Garibaldi. Mas Garibaldi se colocou em posição mais incisiva de não aceitar ser candidato a governador pelo fato de já ter governado. Tem o nome de Waltinho, e tem o nome do partido. Nesse cenário, eles, evidentemente, estão cogitando do meu nome. É uma cogitação interna, sem nenhuma decisão sobre nomes”.
Ainda segundo Fernando Bezerra, o cenário aponta ainda para a manifestação de que o PT deseja a candidatura de Fátima Bezerra ao Senado, da mesma forma que há manifestação de Wilma, que quer disputar cargo majoritário e não decidiu se queria. “Wilma disse que esse assunto é assunto a ser tratado ano que vem. Acho que diante da proximidade do final do ano, nada vai se mover definitivamente. Mas a política é cheia de conversas, eles devem estar conversando entre eles”, observa, informando que neste final de semana também terá encontro com os lideres do PMDB, Henrique e Garibaldi.
Fonte: jornaldehoje.com.br
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