terça-feira, 3 de novembro de 2020

EM PLENO VAPOR

                   


RESENHA
                                                                                                                                                                           

Em Pleno Vapor, é uma obra de autoria do novacruzence, Doutor Romualdo Rodrigues Palhano, nessa obra o autor fala da cidade de Nova Cruz, seus espaços, lugares de afetos, e mergulha nas nuances do vivido.

Filho de pai paraibano, o escritor inicia a obra falando da trajetória do seu pai ao sair da Paraíba, para aventurar a vida no Rio de Janeiro, que o autor chama de cidade grande. Tendo ali resido por um período de um ano, onde aprendeu o ofício de pedreiro.

Retornando a sua terra, foi contratado pela Rede Ferroviária do Nordeste, onde exerceu a função de serralheiro, ou seja, trabalhava na oficina consertando e fazendo manutenção nas máquinas. O destino não permitiu que Romualdo, nascesse na Paraíba, por necessidade da Rede Ferroviária, o seu pai foi transferido para trabalhar em Nova Cruz/RN.

O professor recorda, quando criança frequentava a estação de trem e, onde aos poucos foi conhecendo o trabalho do seu pai. O trem era tudo para ele. Recorda a cidade de Nova Cruz, na década de 1960, como sendo uma cidade pacata, sem energia elétrica e sem água tratada.

Recorda a sua mãe, que praticamente por toda sua vida foi doméstica. Seu pai saia para trabalhar fora, na Rede Ferroviária, e sua mãe ficava em casa com os sete filhos. A única atividade paralela aos serviços de casa que ela exerceu foi de ser costureira e bordadeira.

O circo é mencionado pelo autor, como sendo a principal ponte de sua relação com a arte, pois bem diferente de outras pessoas, sua paixão pelo teatro originou-se debaixo de uma lona de circo. Todos os finais de semana, o menino Romualdo, ia ao circo assistir as matinês. Além do espetáculo geral no picadeiro, toda apresentação culminava com uma apresentação teatral no palco, onde eram apresentadas peças teatrais como: Branca de Neve, e os Sete Anões; A gata Borralheira; Chapeuzinho Vermelho; A Bela Adormecida; Alice no País das Maravilhas; O Soldadinho de Chumbo, entre outras.

São ricas as recordações do autor, recorda o terço, rezado pela família, o pé de carambola, as rádios novelas, os cinemas, o ciclista aventureiro, a boneca da sua irmã, o cacimbão, o gato  zulus, o concreto de dona Tonha, as passeatas, os ciganos, os estudos, a barbearia de Seu Ciço, o voo dos biscuits, invasão dos sapos, Rua do Sapo, Bairro da Coreia, passeio com o seu pai, areia da estação, meu pai, meu herói, televisão, jaca, banana anã, morte do boi, sexto sentido, a cheia de 1964, as festas de Nova Cruz, açude pau barriga, Neca, brincadeiras de criança, carrinhos de puxar,  brinquedos de rodas, lata de doce, patinete, cineminha, jogo de bicho, palmo e tila e a estrada de ferro.

Com oito anos de idade, no ano de 1969, o pai de Romualdo é transferido de Nova Cruz para Itabaiana na Paraíba. Um novo mundo esperava o garoto, que ainda não tinha ideia de qual destino o esperava.

Palhano, Romualdo Rodrigues.

Em pleno vapor: Nova Cruz do meu tempo de criança

Romualdo Rodrigues Palhano – João Pessoa: editora do CCTA, 2019.

125 p.: il.

ISBN: 978-85-9559-136-3

1.Literatura-Memórias. 2. Nova Cruz, RN – Memórias.

I. Título.



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