Em Pleno Vapor, é uma obra de
autoria do novacruzence, Doutor Romualdo Rodrigues Palhano, nessa obra o autor
fala da cidade de Nova Cruz, seus espaços, lugares de afetos, e mergulha nas
nuances do vivido.
Filho de pai paraibano, o
escritor inicia a obra falando da trajetória do seu pai ao sair da Paraíba,
para aventurar a vida no Rio de Janeiro, que o autor chama de cidade grande.
Tendo ali resido por um período de um ano, onde aprendeu o ofício de pedreiro.
Retornando a sua terra, foi
contratado pela Rede Ferroviária do Nordeste, onde exerceu a função de
serralheiro, ou seja, trabalhava na oficina consertando e fazendo manutenção
nas máquinas. O destino não permitiu que Romualdo, nascesse na Paraíba, por necessidade
da Rede Ferroviária, o seu pai foi transferido para trabalhar em Nova Cruz/RN.
O professor recorda, quando
criança frequentava a estação de trem e, onde aos poucos foi conhecendo o
trabalho do seu pai. O trem era tudo para ele. Recorda a cidade de Nova Cruz,
na década de 1960, como sendo uma cidade pacata, sem energia elétrica e sem
água tratada.
Recorda a sua mãe, que
praticamente por toda sua vida foi doméstica. Seu pai saia para trabalhar fora,
na Rede Ferroviária, e sua mãe ficava em casa com os sete filhos. A única
atividade paralela aos serviços de casa que ela exerceu foi de ser costureira e
bordadeira.
O circo é mencionado pelo autor,
como sendo a principal ponte de sua relação com a arte, pois bem diferente de
outras pessoas, sua paixão pelo teatro originou-se debaixo de uma lona de
circo. Todos os finais de semana, o menino Romualdo, ia ao circo assistir as
matinês. Além do espetáculo geral no picadeiro, toda apresentação culminava com
uma apresentação teatral no palco, onde eram apresentadas peças teatrais como:
Branca de Neve, e os Sete Anões; A gata Borralheira; Chapeuzinho Vermelho; A
Bela Adormecida; Alice no País das Maravilhas; O Soldadinho de Chumbo, entre
outras.
São ricas as recordações do
autor, recorda o terço, rezado pela família, o pé de carambola, as rádios
novelas, os cinemas, o ciclista aventureiro, a boneca da sua irmã, o cacimbão,
o gato zulus, o concreto de dona Tonha,
as passeatas, os ciganos, os estudos, a barbearia de Seu Ciço, o voo dos
biscuits, invasão dos sapos, Rua do Sapo, Bairro da Coreia, passeio com o seu
pai, areia da estação, meu pai, meu herói, televisão, jaca, banana anã, morte
do boi, sexto sentido, a cheia de 1964, as festas de Nova Cruz, açude pau
barriga, Neca, brincadeiras de criança, carrinhos de puxar, brinquedos de rodas, lata de doce, patinete,
cineminha, jogo de bicho, palmo e tila e a estrada de ferro.
Com oito anos de idade, no ano de
1969, o pai de Romualdo é transferido de Nova Cruz para Itabaiana na Paraíba. Um
novo mundo esperava o garoto, que ainda não tinha ideia de qual destino o
esperava.
Palhano, Romualdo Rodrigues.
Em pleno vapor: Nova Cruz do meu tempo de criança
Romualdo Rodrigues Palhano – João Pessoa: editora do CCTA, 2019.
125 p.: il.
ISBN: 978-85-9559-136-3
1.Literatura-Memórias. 2. Nova Cruz, RN – Memórias.
I. Título.
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