Segundo Ministério da Saúde, Carlos Mansilla estava com registro inválido.
Após ser retirado do Mais Médicos, CFM diz que profissional agiu de 'má fé'.
O médico Carlos Jorge Cury Mansilla, selecionado pelo Mais Médicos para atender em Águas Lindas de Goiás, no leste do estado, foi excluído do programa pelo Ministério da Saúde, na noite desta terça-feira (3). O profissional teve seu registro no Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas (Cremam) interditado de forma cautelar, por responder a um processo ético-profissional, e, por isso, foi considerado "inválido" pelo governo federal.
Mansilla responde a 15 processos na Justiça por complicações pós-cirúrgicas.Mesmo estando impedido temporariamente de exercer a profissão, o médico conseguiu se inscrever no programa, pois também tinha inscrição no Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia (Cremero).
O G1 tentou contato com o advogado de Masilla, Cristian Naranjo, mas ele não atendeu às ligações até a publicação desta reportagem.
No entanto, o CFM ressaltou que a atualização das informações nos portais da internet é de responsabilidade dos próprios conselhos e que pode ter ocorrido um "problema de tempo" na divulgação da medida. Por isso, Mansilla acabou conseguindo se inscrever e ser selecionado no Mais Médicos, mesmo impedido de exercer a profissão.Segundo a assessoria de comunicação do Conselho Federal de Medicina (CFM), a interdição de Mansilla ocorreu no dia 16 de julho de 2013. Quando uma medida desta natureza é tomada, o conselho ao qual o médico pertence deve comunicar a todos os outros dos demais estados para que fiquem cientes do impedimento. Conforme explica o CFM, dois dias depois, esse procedimento foi realizado e a interdição poderia ser vista no site da instituição.
O conselho destacou ainda que o médico agiu de "má fé" e que mesmo sido selecionado, provavelmente não conseguiria trabalhar. Isso porque, para atuar em qualquer estado, ele deveria fazer uma nova inscrição no conselho regional do local em questão. Em entrevista aoG1, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Salomão Rodrigues, informou que o médico ainda não havia procurado o órgão, mas que já sabia da interdição.
O Ministério da Saúde explicou que, por ora, somente os três médicos selecionados paraÁguas Lindas de Goiás trabalharam na cidade. A chegada de um quarto profissional depende da quantidade de inscrições da próxima etapa, que deve encaminhar médicos para as cidades até o mês de outubro.
O ministério afirmou ainda que, apesar do ocorrido, o processo seletivo do programa Mais Médico permanece inalterado.
Recusa
O secretário municipal de Saúde de Águas Lindas de Goiás, Willem Madison, informou que Mansilla não vai tomar posse nesta quarta-feira (4), como previsto. “Tentamos entrar em contato com o profissional hoje [terça-feira], mas ele não foi encontrado. De qualquer maneira, a prefeitura não vai aceitar a atuação dele na cidade”, reforçou.
Ainda de acordo com Madison, será solicitado ao Ministério da Saúde um novo médico para a vaga. “Tem outros profissionais que não foram escolhidos e que queriam atuar na cidade. Sendo assim, vamos pedir que outro médico, que tenha todos os requisitos éticos para atender a população, seja deslocado para cá”, destacou o secretário, que disse acreditar que Mansilla nem chegue a tentar assumir o cargo. “A repercussão negativa sobre o caso foi muito grande. Por isso, não creio que ele virá até aqui. No entanto, se aparecer, será despachado”, disse.
Fonte: g1.globo.com
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