A pesquisa Datafolha, divulgada no último domingo, aponta Lula à frente na disputa para presidente em 2018. Lula obtém 35% das intenções de voto, enquanto os adversários que alcançam o segundo e terceiros lugar obtém 16% e 13%, respectivamente.
Ao contrário do que gostaria a direita brasileira, a pesquisa mostra que a aprovação de Lula é maior do qualquer outro candidato e esse fato merece algumas considerações. Primeiramente, a liderança de Lula desorienta a estratégia da grande mídia que dava como certo descartá-lo eleitoralmente. A narrativa de criminalização do PT deu errado. A intensa pressão midiática pela condenação do ex-presidente não produziu o efeito esperado entre grandes parcelas da população e fica nítido o desgaste dos setores golpistas que se entrelaçaram na aliança jurídico, parlamentar e empresarial do golpe de Estado de 2016.
Segundo, observa-se a forma decadente da grande imprensa que ao divulgar os resultados da pesquisa revelou a manobra contida para contrapor a intenção de voto do povo. A população brasileira que, por quatro vezes referendou o governo democrático popular, pelo que tudo indica, quer seguir esse caminho.
Na tentativa de neutralizar esse resultado e, ao mesmo tempo induzir uma aprovação à condenação de Lula, via pesquisa eleitoral, os entrevistados foram questionados se Lula deveria ser preso. Como se a prisão de alguém devesse ser resolvida por uma enquete, sem dados processuais, sem direito à defesa, sem conhecimento dos fatos, resultando da pura formulação da imprensa. A verdade é que a população avalia positivamente o período Lula e quer que ele volte a ser presidente. O sentimento de combate à corrupção - doa a quem doer - existe, mas isso não significa que a população aceita uma justiça partidarizada usada na tentativa de tirar Lula da disputa eleitoral por meio de uma condenação sem provas.
Um terceiro aspecto importante na leitura dos dados da pesquisa Datafolha é o fato da direita sobrevir alinhada a um caminho fascista. Lula tem como adversário principal, de acordo com a pesquisa, uma candidatura de extrema direita. A aliança golpista formada pelo PMDB e PSDB, aglutinado a setores do centro, ao invés de enterrar o PT, como gostariam, foi desmoralizada e viu seus votos migrarem por um caminho reacionário, dos setores que defendem a intervenção militar, a censura na educação e nas artes, o abuso de autoridade que circunscreve a operação Lava Jato e o conjunto de retrocessos representado na retirada de direitos sociais do primeiro ano do golpe. A candidatura fascista alavancada é o resultado direto do discurso de ódio disseminado e das práticas antidemocráticas que passaram a prevalecer nas instituições do Estado.
Por fim, um grande paradoxo. Passados mais de 30 anos do fim da ditadura, período de venda do patrimônio nacional, de repressão, violência e corrupção absurdas, a ultradireita obtém apoio entre os setores de maior renda e maior escolaridade. Ou seja, a parcela que saiu às ruas com a suposta bandeira de combate à corrupção, hoje faz parte do eleitorado que tem intenção de votar em quem defende práticas criminosas como tortura e estupro e não deu uma palavra em defesa da Amazônia ou contra a privatização das nossas empresas nacionais. Identificando-se com os interesses internacionais que impõem ao Brasil a perda da soberania, esse extrato da população mostra que não está interessada na defesa dos interesses nacionais e tampouco na questão democrática.
Esse último aspecto nos remete a pensar a educação. Quem tem educação superior no Brasil? Por que não vencemos o desprezo à população pobre historicamente excluída? A resposta é que apenas uma pequena parcela da população tem acesso aos níveis mais elevados de ensino e que a democracia como um valor fundamental não foi um objetivo alcançado entre nós. A população brasileira sabiamente enxerga esse gargalo da educação nos níveis mais elevados e reconhece o esforço dos governos Lula e Dilma na implantação de políticas públicas e expansão de recursos para promover a elevação da escolaridade de toda a população. Uma política educacional que reconhece o papel fundamental da democratização do acesso à educação em todos os níveis para a eliminação das desigualdades.
O Brasil viu que é possível mudar trajetórias de vida investindo em programas que reduzam a evasão escolar, que promovam a inclusão, que beneficiem os estudantes da creche ao ensino médio e que o acesso à educação superior seja de fato um direito de todos. Esse Brasil quer Lula presidente! Esse Brasil quer o projeto político do PT - de crescimento com inclusão social, e que deu certo – como apontou também a pesquisa DataFolha ao revelar que o Partido dos Trabalhadores é o partido de maior preferência entre a população brasileira, com 19%, quatro vezes mais do que o segundo lugar, que possui apenas 5% da preferência dos brasileiros. O golpe, a perseguição da Lava Jato e o massacre da mídia a Lula e ao PT derretem à luz do dia e estão sendo derrotados e, finalmente, serão sepultados em 2018, para o bem da classe trabalhadora, da nossa democracia e do sistema de Justiça do nosso país.
Fonte: www.brasil247.com
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