Cerca de 100 a 120 agências da Caixa Econômica Federal consideradas deficitárias pela diretoria da estatal irão passar por uma “intervenção” este ano. Isso pode levar ao fechamento, fusão, diminuição de estrutura ou remanejamento de local, informou o presidente do banco, Gilberto Occhi. De acordo com a Caixa, atualmente são 4,2 mil agências e postos de atendimento.
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Segundo ele, em notícia do G1, a ação ocorrerá logo após a finalização do processo de demissão voluntária, que tinha previsão de atingir 10 mil trabalhadores da empresa. Hoje são cerca de 30 mil funcionários. No entanto, Occhi estimou que 5 mil funcionários aderiram ao programa de demissão voluntária (PDV).
"O foco do banco é melhorar a eficiência reduzindo as despesas", ressalta o presidente, ao afirma que não faz parte dos planos da Caixa qualquer venda de ativos.
A preocupação por parte de sindicatos, trabalhadores e especialistas é que movimentações como esta sejam indícios de uma busca pela privatização do setor, como trazido em reportagem do Brasil de Fato de fevereiro deste ano. Na ocasião, o economista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) João Sicsú avaliou que há no Brasil uma tentativa de desmonte de “todas as estatais”.
“Essa ofensiva é parte de um projeto que está sendo aplicado no Brasil. É o projeto de austeridade aplicado na Europa cinco anos atrás. Aqui, está sendo acelerado e turbinado. Além de 'recompor o orçamento público', no sentido de retirar direitos sociais - acesso à saúde e educação -, ele está acelerando outro vetor: as privatizações”, disse.
Demissões
No início da implementação, o programa de demissão voluntária da Caixa foi fortemente criticado por sindicatos do setor. Para Dionisio Reis Siqueira, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, esta medida não traz nenhuma vantagem para o trabalhador. "Só reduz os direitos. É pior que os planos de aposentadoria dos últimos anos", afirma.
“As condições de trabalho foram precarizadas e pior, precarizou-se as condições de atendimento", reclama. A Caixa justifica as reduções sob o argumento de que, hoje, há opção por atendimento digital.
O Banco do Brasil foi outro banco público que passou por um enxugamento de suas agências. Em novembro do ano passado, foi anunciado um conjunto de medidas de reorganização institucional, com fechamento de agências e um plano de extraordinário de aposentadoria incentivada. Mais de 7 mil trabalhadores optaram pelo plano de aposentadoria e 402 agências foram fechadas.
Fonte Brasil de Fato
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