sexta-feira, 31 de março de 2017

31 de março: Atos mostram que cresce reprovação às reformas de Temer



Midia NInja
Milhares na Avenida Paulista protestam nesta sexta-feira contra a reforma trabalhista de Temer
Milhares na Avenida Paulista protestam nesta sexta-feira contra a reforma trabalhista de Temer




















O Brasil acordou hoje falando sobre o mesmo assunto: a defesa da aposentadoria. Em várias cidades de todas as regiões aconteceram atividades com o mesmo objetivo: construir uma grande greve geral no próximo mês.

De maneiras diferentes, o movimento sindical e social buscou dialogar com a sociedade sobre o que está em jogo na pauta de retrocessos do presidente ilegítimo Michel Temer e seus cúmplices.

As atividades protestaram contra a manobra de Temer que colocou em votação o projeto de lei que estabelece a terceirização irrestrita, arquivado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assim que ele assumiu como presidente. O projeto era de 1998 e acaba com a legislação trabalhista, principalmente com a jornada e o salário, previstos na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).

Grandes atos

As atividades de todo o dia nacional de mobilizações começaram já às 5 horas da manhã com trancaços e assembleias em frente às empresas e finalizaram somente no período da noite, com atos que mobilizaram centenas de milhares de pessoas. 

É o caso de Belo Horizonte que reuniu de novo mais de 100 mil pessoas nas ruas em um ato que teve intervenções culturais e shows no final, quando chegou no centro da cidade.

São Paulo reuniu 70 mil pessoas no ato que começou no Masp, na Avenida Paulista, e terminou na Praça da República. A manifestação teve forte participação dos professores da rede pública de ensino estadual e municipal.

No Rio de Janeiro 60 mil pessoas tomaram conta da Avenida Rio Branco. Fortaleza contou com a participação de mais de 35 mil pessoas; Natal 20 mil participantes. 

Ato contra a Rede Golpe de Comunicação

Em São Paulo e no Rio de Janeiro os atos “lembraram” a participação do monopólio da comunicação nos golpes de 1964 e o do ano passado com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. A Rede Globo foi ocupada nos dois estados pelo Levante Popular da Juventude, já que a emissora foi construída pela ditadura militar para ser o centro de propaganda de um país “uniforme”.

Os manifestantes também lembraram que a imprensa apoiou o golpe e que omite as manifestações dos movimentos sociais e sindical.

Assembleias, paralisações e passeatas

Trabalhadores na Mercedes-Benz realizaram assembleia de mobilização no período da manhã, onde trabalham 12 mil funcionários, e aprovaram paralisação por 24 horas. Ainda na região do ABC, os trabalhadores da multinacional Saint-Gobain, em Mauá, na região do ABC, também realizaram assembleia para debater e protestar contra as reformas. 

Os petroleiros de São Paulo transmitiram logo cedo o recado de que não sairão das ruas até que as pautas da reforma da Previdência e trabalhista seja retiradas do Congresso Nacional na entrada dos terminais de Cubatão, Guararema e Guarulhos. A pauta também fez parte da assembleia dos metalúrgicos da Volks em Taubaté, empresa que tem mais quatro mil trabalhadores. Em Vitória, funcionários da Petrobras realizam manifestação em frente à sede da empresa, na Reta da Penha e interrompem o trânsito.

Uma passeata pelas ruas centrais, com mais de 500 manifestantes, constituiu o maior ato unificado deste ano em Sorocaba contra as reformas propostas pelo governo Temer. No dia 15 passado a participação foi expressiva, mas por conta da greve dos rodoviários. A manifestação foi convocada por 60 sindicatos de Sorocaba e região, entre eles o SMetal, Sindicato dos Bancários, da Saúde, dos Químicos, dos Vigilantes entre outros. No Largo São Bento, o Sindicato do Vestuário de Sorocaba esteve na rua para barrar a reforma da Previdência em discussão na Câmara Federal. 

Pela primeira vez em Pindamonhangaba ocorreu uma paralisação de diversas fábricas, de diferentes ramos e centrais sindicais. Mais de 500 trabalhadores participaram do esquenta para a greve geral, que reuniu 12 fábricas dos setores metalúrgico, químico e petrolífero do Distrito Industrial Santa Rita, na entrada da cidade.

Em Goiás, a mobilização mais expressiva foi a dos professores. Mais de 4 mil trabalhadores da educação participam de assembleia em Goiânia para decidir os rumos da negociação com o governo Marconi Perillo (PSDB) e contra a reforma da Previdência.

Os professores também realizaram protestos e atos em Minas Gerais. Liderados pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute), profissionais da área protestaram em Montes Claros, diante da Superintendência Regional de Ensino. Professoras e professores das escolas do Norte de Minas estão em greve e protestaram hoje contra as reformas do governo Temer. Mais de 1.500 grevistas participaram da manifestação. 

No interior de Pernambuco, estudantes de uma escola privada saem em passeata contra as reformas e metalúrgicos de e trabalhadores rurais ligados ao MST paralisam a Refinaria de Suape, nas empresas Auto-Metal e Fiat, durante o período da manhã. 

Em Salvador ocorreram dois atos pela manhã. Cerca de 800 pessoas fecharam o Iguatemi às 7h e, a partir das 9h, manifestação no Campo da Pólvora, que reuniu aproximadamente 10 mil.

Em Feira de Santana, cerca de seis mil pessoas participaram do protesto. Em Vitória da Conquista, cerca de cinco mil pessoas participaram do ato. Em Santo Antonio de Jesus e Santa Luz também tiveram protestos, reunindo 800 e dois mil, respectivamente.

No Pará, as cidades Altamira, Bragança, Santarém, Marabá, Tucuruí registraram atos e passeatas. Em Belém, o ato foi seguiu para a frente do Tribunal Regional do Trabalho, com a participação de advogados trabalhistas e funcionários. A mobilização também contou com cerca de 500 trabalhadores e trabalhadoras rurais representantes de 109 municípios paraenses que estavam participando do Congresso Estadual da Fetagri, que encontraram com os manifestantes que se concentraram em São Brás para um novo ato em frente a Secretaria de Administração do estado. 

Em Santa Catarina, atos e passeatas foram realizados em Criciúma, Joinville, Caçador, Lages, Joaçaba e Jaraguá do Sul onde os servidores públicos em greve se uniram aos trabalhadores de outras categorias e representantes de movimentos sociais e a passeata contou com a participação de sete mil pessoas. O ato em Florianópolis percorreu as ruas do centro e uma senha idosa fez uma performance amarrada com a reforma trabalhista, previdenciária e a terceirização que guiou o ato.

Na Bahia, milhares de pessoas compareceram aos atos em 10 cidades. Na capital aconteceram dois atos que reuniram, ao todo, 10 mil pessoas só no período da manhã. No período da tarde houve outra grande manifestação na Praça Castro Alves Além de Salvador, aconteceram manifestações em Santo Antônio de Jesus, Feira de Santana, Santa Luz ,Teixeira de Freitas, Riachão de Jacuipe, Candeias, Valença, São Domingos, Campo Formoso, Campo de Pólvora, que reuniu mais de 10 mil pessoas, e Amélia Rodrigues

Em Maceió, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado de Alagoas (Sinttro-AL), promoveu uma paralisação dos ônibus que circulavam na região central da capital de Alagoas. O transporte permaneceu parado até o início da tarde. 

União do campo e cidade

Em Campo Grande do Piauí, os camponeses e camponesas do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) amanheceram na rua, somando-se ao ato com professores, alunos, sindicatos, representantes de partidos e até secretários municipais contra as reformas da Previdência e trabalhista. 

MST, MAB e Fetagri fizeram ato em frente ao Tribunal de Justiça do estado do Pará. O ato é para denunciar os crimes do latifúndio e cobrar a punição de seus assassinos. Neste dia nacional de mobilização, camponeses e trabalhadores da cidade se unem para barrar a reforma da Previdência, trabalhista e a terceirização.

Mais de cinco mil trabalhadores e trabalhadoras organizados no Fórum Estadual contra as Reformas de Alagoas, que reúne todas as centrais sindicais e movimentos populares do campo e da cidade, se concentraram na Praça Deodoro, no Centro de Maceió, e caminharam até a direção ao Tribunal Regional do Trabalho. 

Cerca de 700 trabalhadores e trabalhadoras sem-terra trancam a BR 235 em quatro pontos diferentes, em Casa Nova, no Norte da Bahia. A ação é em protesto às medidas golpistas do governo Temer, como a reforma da Previdência e a reforma trabalhista.

Curitiba realizou um grande debate na Assembleia Legislativa do Paraná contra a reforma da Previdência, com a participação dos senadores Paulo Paim, Gleisi Hoffmann e Roberto Requião e com o ex-ministro da Previdência Carlos Gabas. O ato demonstrou a unidade das centrais sindicais.

No Acre, o ato unitário reuniu mais de 500 pessoas em frente ao Palácio Rio Branco, no Centro da capital acriana, onde os manifestantes seguiram em caminhada até o Terminal Urbano.

Trancaços chamam atenção para defesa da aposentadoria

A União dos Movimentos de Moradia (UMM) travou a Radial Leste da cidade de São Paulo neste dia de mobilização. Além de serem contra a reforma da Previdência, o movimento de moradia reivindica o programa Minha Casa, Minha Vida.

Militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) também bloquearam a Avenida Oscar Niemayer, próxima ao trecho Rodoanel em Mauá, na região do ABC, contra a reforma da Previdência e a terceirização.

Manifestantes de movimento de moradia iniciaram a manhã bloqueando a Rodovia Régis Bittencourt, na altura do km 274, sentido São Paulo, no município de Taboão da Serra. O congestionamento alcançou mais de dois quilômetros.

A Estrada do M'Boi Mirim, no Jardim Ângela, Zona Sul de São Paulo, foi totalmente bloqueada por um período por manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. O bloqueio ocorreu ao lado da Ocupação Palestina.

No Piauí, camponeses do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) amanheceram em luta e trancaram a BRs 407, na região de Paulistana, 316, em Campo Grande do Piauí, e na PI, em São João da Varjota.

Em Recife também ocorreram protestos em rodovias organizados pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que interditaram os dois sentidos da Rodovia BR-101 Sul, próximo ao viaduto do Ceasa, na Zona Oeste. 

A mesma forma de protesto aconteceu em Mato Grosso do Sul, onde manifestantes trancaram as principais rodovias do estado no início da manhã. A ação contou com manifestantes dos estados do Paraná e do Mato Grosso do Sul e aconteceu em Sonora, Mundo Novo, Três Lagoas e Corumbá.

Pressão em cima dos parlamentares 

A pressão aos deputados federais também fez parte das atividades de hoje. Manifestantes colocaram cartazes e divulgaram os nomes e fotos dos parlamentares que estão contra a aposentadoria. Foi o que aconteceu em Palmas, capital do Tocantins, no Distrito Federal e em diversas cidades do interior do estado de São Paulo e também no interior de Minas Gerais.

Violência e criminalização dos movimentos sociais

Em Uberlândia, a Polícia Militar reprimiu brutalmente a mobilização do MTST. Sem diálogo, a tropa de choque e mais viaturas de outros batalhões chegaram atirando e soltando bombas, com o apoio de um helicóptero.

A violência generalizada da PM de Minas se espalhou e foi até dentro do Assentamento Glória. São pelo menos 15 feridos, alguns baleados de borracha no rosto. Há pelos menos dois presos que não se sabe para onde foram levados.

Veja abaixo imagens das manifestações ocorridas na tarde desta sexta-feira (31):

Porto Alegre (RS)


Brasília (DF)




Natal (RN)
 


São Paulo (SP)




Fortaleza (CE)


Caruaru (PE)

Salvador (BA)



Poços de Caldas (MG)



Guarani (MG)

Rio de Janeiro (RJ)





Belo Horizonte (MG)



Mossoró (RN)

Dourados (MT)





Do Portal Vermelho, com informações da Frente Brasil Popular

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