No dia seguinte ao governo determinar a quebra do conteúdo nacional, se submetendo à pressão da Petrobrás e do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), representando algumas petroleiras internacionais que levarão para o exterior as obras que proporcionarão a exploração do petróleo nas costas do Brasil, o IBGE divulgava números estarrecedores sobre o desemprego no país.
Os dados são de uma pesquisa de 2016 e mostram uma realidade ainda pior do que o rascunho que era conhecido. No final do ano passado, faltava trabalho para 24,3 milhões de brasileiros. É o indicador mais extenso do desemprego em nosso país. A taxa de subutilização da força de trabalho foi a 22,2% no quarto trimestre, bem acima dos 14,9% do mesmo período de 2014.
O indicador leva em conta, além dos desempregados, as pessoas que trabalham menos de 40 horas por semana e buscam outras ocupações. Aqueles que não procuram emprego, mas gostariam de trabalhar. Em um ano, mais 5,8 milhões de pessoas entraram nesse cálculo da força de trabalho subutilizada, alta de 31,4%. Números que provavelmente o núcleo do governo já conhecia, mas que não foram levados em conta quando da decisão de estimular as petroleiras internacionais instaladas no Brasil, e, liderada pelo presidente da Petrobrás, Pedro Parente, levar para o exterior as obras que poderiam ajudar a reaquecer a economia brasileira. O número de desempregados no país é muito alto, e não é a única notícia ruim do mercado de trabalho. No quarto trimestre, o número de pessoas que buscavam uma ocupação sem encontrar ficou em 12,3 milhões. Ou seja, a medida tradicional do desemprego era apenas metade do problema.
Diante deste quadro, conforme o Petronotícias postou durante toda quinta-feira (23), é compreensível a irritação, a desesperança das grandes indústrias, dos trabalhadores e das federações de empresas, que ficaram frustradas com a insensibilidade das operadoras de petróleo que atuam no Brasil e ainda mais com os ministros responsáveis do governo Temer, que capitularam diante da pressão dessas petroleiras internacionais, lideradas pela Petrobrás. Elas fizeram pressão para que os empregos que poderiam ser criados no Brasil fossem levados para o exterior com autorização oficial, sem que fossem penalizadas. As consequências dessa atitude, provavelmente, só serão conhecidas num futuro, talvez, próximo, quando a desesperança do desemprego impulsionar atos de desespero da população que busca o trabalho para sobreviver, mas não encontra. Será a hora de se conhecer quem será o dono do filho feio.
No ano passado, um quinto dos desempregados já procuravam emprego pelo menos há dois anos. Entre 2012 e 2016, esse grupo de trabalhadores cresceu 53%. Era de 1,5 milhão em 2012 e passou para 2,3 milhões em 2016. Também explodiu o grupo de brasileiros que ficou de um ano a menos de dois anos buscando trabalho nesse mesmo período. Passou de 978 mil pessoas em 2012 para 2,16 milhões em 2016, alta de 121%. O grupo que buscou trabalho por um mês a menos de um ano cresceu 64,7%, e o que procurou por menos de um mês teve alta de 30%. Em 2016, faltou trabalho para 22,6 milhões de brasileiros, considerados pelo IBGE como subutilizados. Esse grupo é formado por todas as pessoas de 14 anos ou mais que estavam sem emprego na força de trabalho potencial. Não trabalhavam nem procuravam emprego, mas estavam disponíveis para trabalhar ou procuravam, mas não estavam disponíveis. Esse grupo cresceu 24,3% em relação a 2015. A taxa média de desemprego no país atingiu 11,5% em 2016 e o número de desempregados ficou em 11,8 milhões de pessoas: os dois indicadores são recordes da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Em 2015, a taxa média do ano já havia disparado e ficado em 8,5%, com 8,6 milhões de pessoas desempregadas, contra os 6,8% do ano anterior.
Fonte: Petronotícias
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