A prisão do ex-deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ocorrida nesta quarta-feira (19) pela operação Lava Jato, foi recebida com reservas em diversos segmentos do movimento social. O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, avaliou na página do facebook que a ação da Lava Jato contra Cunha pode também favorecer uma ofensiva mais acirrada sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Por Railídia Carvalho
Divulgação
Boulos também levantou a possibilidade de um futuro depoimento de Cunha comprometer o governo Temer. "Eduardo Cunha foi preso. Se ele resolver falar, o Governo Michel Temer não dura uma semana. Por outro lado, Cunha já era cachorro morto. E sua prisão pode ser a jogada de Moro para criar ambiente para uma prisão arbitrária de Lula".
O secretário nacional de movimentos sociais do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), André Tokarski, compartilhou da avaliação do dirigente do MTST. Ele considera a prisão de Cunha “parte do jogo de cartas marcadas dirigido pelo juiz Sergio Moro” com o objetivo de “higienizar” o golpe e aparentar imparcialidade da operação.
“Cunha, que já foi o herói dos golpistas, de Aécio Neves a Kim Kataguiri, agora está sem mandato, desmoralizado e isolado. Seu próximo papel, no teatro do golpe, é figurar como vilão e criar as condições para Moro seguir sua ofensiva contra Lula, o PT e a esquerda”, ressaltou André.
A presidenta da União Brasileira de Mulheres (UBM), Lúcia Rincón, considerou a prisão de Eduardo Cunha como “um registro importante” mas difícil de ser comemorado pelo o que pode simbolizar. Segundo ela, mesmo diante desse quadro, é necessário realçar a prisão de “homens sem caráter e poderosos” que usam o poder para usurpar os direitos do povo.
“É preciso também que se perceba que no geral tinha que ser assim e não só em casos como o de Cunha e não apenas em momentos políticos como o que estamos vendo agora, onde a forma e o canal de onde veio essa prisão tem se caracterizado por ações que rompem com o estatuto legal da nossa sociedade”, argumentou Lúcia.
O movimento social precisa estar atento e vigilante. A opinião é do presidente da Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal), Marcelino Rocha. “A prisão do ex-presidente Lula é um desejo permanente da mídia, legislativo federal e parte do judiciário. Devemos ficar atentos e vigilantes para que a pirotecnia, já preparada, não nos pegue de calças na mão”, observou o dirigente.
Marcelino completou que, mesmo diante de um quadro que sugere maior ofensiva aos partidos de esquerda, se cria também uma expectativa em torno das prisões de outros denunciados de partidos como PSDB e DEM. O senador Aécio Neves é campeão em citações na Lava Jato sob a acusação de receber propina. O tucano teve inquérito instaurado pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot.
O mandato do deputado Eduardo Cunha foi cassado no dia 12 de setembro por 450 votos a 10. Cunha responde por acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ele é acusado pela Justiça Federal de receber US$ 5 milhões em propina pela exploração de um campo de petróleo no Benim(África).
Fonte: www.vermelho.org.br/
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Boulos também levantou a possibilidade de um futuro depoimento de Cunha comprometer o governo Temer. "Eduardo Cunha foi preso. Se ele resolver falar, o Governo Michel Temer não dura uma semana. Por outro lado, Cunha já era cachorro morto. E sua prisão pode ser a jogada de Moro para criar ambiente para uma prisão arbitrária de Lula".
O secretário nacional de movimentos sociais do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), André Tokarski, compartilhou da avaliação do dirigente do MTST. Ele considera a prisão de Cunha “parte do jogo de cartas marcadas dirigido pelo juiz Sergio Moro” com o objetivo de “higienizar” o golpe e aparentar imparcialidade da operação.
“Cunha, que já foi o herói dos golpistas, de Aécio Neves a Kim Kataguiri, agora está sem mandato, desmoralizado e isolado. Seu próximo papel, no teatro do golpe, é figurar como vilão e criar as condições para Moro seguir sua ofensiva contra Lula, o PT e a esquerda”, ressaltou André.
A presidenta da União Brasileira de Mulheres (UBM), Lúcia Rincón, considerou a prisão de Eduardo Cunha como “um registro importante” mas difícil de ser comemorado pelo o que pode simbolizar. Segundo ela, mesmo diante desse quadro, é necessário realçar a prisão de “homens sem caráter e poderosos” que usam o poder para usurpar os direitos do povo.
“É preciso também que se perceba que no geral tinha que ser assim e não só em casos como o de Cunha e não apenas em momentos políticos como o que estamos vendo agora, onde a forma e o canal de onde veio essa prisão tem se caracterizado por ações que rompem com o estatuto legal da nossa sociedade”, argumentou Lúcia.
O movimento social precisa estar atento e vigilante. A opinião é do presidente da Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal), Marcelino Rocha. “A prisão do ex-presidente Lula é um desejo permanente da mídia, legislativo federal e parte do judiciário. Devemos ficar atentos e vigilantes para que a pirotecnia, já preparada, não nos pegue de calças na mão”, observou o dirigente.
Marcelino completou que, mesmo diante de um quadro que sugere maior ofensiva aos partidos de esquerda, se cria também uma expectativa em torno das prisões de outros denunciados de partidos como PSDB e DEM. O senador Aécio Neves é campeão em citações na Lava Jato sob a acusação de receber propina. O tucano teve inquérito instaurado pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot.
O mandato do deputado Eduardo Cunha foi cassado no dia 12 de setembro por 450 votos a 10. Cunha responde por acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ele é acusado pela Justiça Federal de receber US$ 5 milhões em propina pela exploração de um campo de petróleo no Benim(África).
Fonte: www.vermelho.org.br/
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