quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Centrais dão pontapé inicial nos protestos desta quinta pelo Brasil



Railidia Carvalho
 
 “De boa intenção o inferno tá cheio”, disse Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) sobre a promessa do governo Temer de adiar a reforma trabalhista. 
 























“Nós estamos confiantes de que a melhor resposta diante do que vem sendo anunciado pelo governo é ficar vigilante. A mobilização é um passo importante neste processo de resistência. O cenário atual pavimenta o caminho para uma agenda regressiva. O que eles querem é reeditar a agenda neoliberal dos anos 90 o que seria um retrocesso”, opinou Adilson.

Douglas Izzo, presidente da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP), afirmou que o governo Temer está estabelecendo com a sua equipe quais as maldades que terão prioridade no ataque aos direitos trabalhistas e sociais da população brasileira.

“A prioridade é aprovar a PEC (Proposta de Emenda Parlamentar) 241 e restringir os investimentos no serviço público, tanto na União, Estados e municípios por 20 anos. A 241 vai ser um argumento para que o governo estabeleça a reforma da previdência e aumente a idade para homens e mulheres para 65 anos”, analisou o dirigente.

De acordo com ele, o objetivo dos trabalhadores deve ser a construção da greve geral e por isso as mobilizações e atos como o desta quinta são importantes. “Precisamos mostrar ao governo, à Fiesp e às elites brasileiras que os trabalhadores não ficarão só observando os ataques aos nossos direitos. Vamos agir”, alertou Douglas.

O presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Ubiraci Dantas de Oliveira, o Bira, também reforçou a ideia da greve geral. Na opinião dele, só a disposição do governo em promover a reforma da previdência com grande prejuízo ao trabalhador, sobretudo às mulheres, deve ser motivo para uma greve geral. 

“É uma pessoa (Michel Temer) que se coloca como representante dos ricos. Nós não estamos confiando. A prova disso é que todas centrais estão aqui reunidas para continuar nossa luta”, afirmou Bira.

A unidade dos trabalhadores foi ressaltada pelo vice-presidente da Força Sindical, Miguel Torres. “O movimento sindical é muito maduro, principalmente o brasileiro, que em uma década vem construindo essa unidade. Temos muita coisa em comum e é sobre esse lugar que precisamos nos debruçar. Para fazer a diferença é importante que os atos aconteçam com unidade de ação”, defendeu.


Adilson Araújo falou ainda sobre a discreta presença de público no ato desta quinta-feira e da necessidade do movimento sindical e da imprensa alternativa ampliarem o dilogó com a classe trabalhadora. 

“O trabalhador vive ainda um momento de anestesia. Ele se beneficiou de um processo de conquistas que nos últimos 13 anos ampliou a sua renda e melhorou sua condição de vida. Vai depender de muito diálogo para que o trabalhador perceba a repercussão dessa agenda nova e regressiva. Isso vai exigir muito trabalho do movimento social e da imprensa alternativa fazendo chegar a um número maior de pessoas notícias com conteúdo classista”, ressaltou.

Os atos desta quinta foram organizados em conjunto pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas) e Intersindical.
Fonte: www.vermelho.org.br/

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