segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Deficiente visual formado em Direito é aprovado para conciliador no RN

Cristian Emanoel foi aprovado em seleção para conciliador da Justiça Federal.
Deficiências visual e de locomoção foram ocasionadas por paralisia cerebral.


Cristian Emanoel superou dificuldades físicas e se formou em direito (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)Após ser aprovado em direito, Cristian foi aprovado em seleção para conciliador da Justiça Federal do RN (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)
Após superar as deficiências visual e de locomoção ocasionadas pela paralisia cerebral e se formar em Direito, o baiano Cristian Emanuel de Oliveira Vasconcelos foi aprovado na seleção de conciliador da Justiça Federal do Rio Grande do Norte. Cristian já havia sido aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) depois de concluir o curso de Direito em uma universidade privada em Natal
De acordo com informações repassadas pela Justiça Federal no RN, Cristian começa no próximo dia 30 de março o curso de formação de conciliadores. O advogado pode permanecer no cargo por até dois anos.
Em entrevista ao Bom Dia RN(veja ao lado), Cristian relatou que tem como sonho ser promotor. "Desde pequeno, meu sonho é ser promotor de Justiça. Com o passar do tempo, fui tendo noção do sonho e fui seguindo passo a passo", contou. O período como conciliador vale como experiência de prática jurídica e conta como título para concursos públicos.
Ajuda da mãe
Cristian disse que só conseguiu estudar por causa da ajuda de uma pessoa especial: sua mãe, que acompanhava as aulas e também se formou. Nilda de Oliveira e Silva, mãe de Cristian, trabalhava de manhã e acompanhava o filho nas aulas durante a noite, mas acabou se matriculando e também se formou.

"Era difícil acordar às 5 horas da manhã para sair, fazer o café e trabalhar. Sentar para estudar a tarde ou fazer estágio. Às vezes eu dormia na sala, mas a determinação dele era tão grande que eu estava cansada, mas não pensava em desistir. Pensava em continuar, pedia forças para continuar. Passei na primeira fase [da prova da OAB], infelizmente não passei na segunda fase. Mas o importante foi ele passar", disse Nilda.
Cristian reconhece o apoio da mãe. "Agradeço a ela porque ela foi e é uma verdadeira heroína. Se não fosse por ela, eu digo que dificilmente estaria aqui. Acredito que não estaria". O jovem quer estudar para o concurso de promotor. "Tenho outros dois grandes sonhos, além de ser promotor de Justiça. Quero, um dia, voltar a caminhar e a enxergar. Tenho certeza que conseguirei".
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Cristian e a mãe se formaram em direito (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)Cristian e a mãe se formaram em direito (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)Fonte: G1/RN

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