sábado, 11 de outubro de 2014

Protocolo contra ebola segue até que segundo exame seja feito, diz ministro

Primeiro resultado de suspeita de contaminação por africano deu negativo.
Nova amostra será colhida domingo e resultado do teste sairá segunda (13).


Infográfico sobre ebola, V6 (Foto: Infográfico/G1)
O Ministério da Saúde não vai desmobilizar o protocolo de prevenção contra o ebola até que a segunda amostra de sangue do paciente Souleymane Bah, suspeito de ter sido contaminado pelo vírus, seja analisada e seu resultado divulgado na segunda-feira (13). A informação foi repassada neste sábado (11) pelo ministro Arthur Chioro, em Brasília.
Mais cedo, o governo divulgou que deu negativo o teste para ebola do paciente com suspeita. A confirmação deve ocorrer depois que o segundo exame comprovar a ausência do vírus.
“Como o primeiro resultado deu negativo, nossa expectativa é que o próximo também dê”, disse Chioro. A segunda amostra será colhida neste domingo e enviada ao Instituto Evandro Chagas, no Pará, responsável pelo primeiro teste.
O estado clínico de Bah, de 47 anos, é considerado estável e não houve manifestação de sintomas. O guineano está em "isolamento total" no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro (RJ).
O protocolo citado pelo ministro significa manter o paciente isolado e monitorar quem teve contato com ele. O aparato será desarticulado se o novo teste não der positivo.

Medidas preventivas
De acordo com Chioro, o Brasil continua sendo um país com pouco risco de transmissão, o que, segundo ele, não significa que fique imune ao surgimento de um caso confirmado. “Nós nos preparamos para enfrentar a situação. Tínhamos feito dois simulados, a secretaria de Vigilância em Saúde tem trabalhado com as secretarias estaduais", explicou.

Segundo o responsável pela pasta, foi realizada reunião com o Ministério da Defesa sobre medidas preventivas à contaminação do ebola e, na próxima semana, haverá novos encontros com a Secretaria de Aviação Civil e o Ministério do Turismo. No entanto, ainda não há previsão para ações em aeroportos e portos brasileiros, como a medição de temperatura por escâner.

“Se tivesse um voo direto da Guiné [ou outros países afetados pela epidemia] para cá, claro que valeria a pena essas pessoas serem monitoradas [por escâner de temperatura]. Mas não temos”, disse o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.
Avaliação no país de origem
Chioro não descarta intensificar medidas de contenção ao vírus, mas disse que elas não podem significar patrulhamento ou forma de restrição de acesso. Para ele, a forma mais eficaz de contenção é a avaliação do estado de saúde do viajante no país de origem.

"Se tivéssemos um sistema de medição de temperatura para entrada ou saída do país, não teria acontecido nada, porque no dia em que ele [paciente com suspeita de ebola] chegou ao Brasil, ele não tinha nenhum sintoma", complementa.

O ministério da Saúde havia informado que os sintomas de Bah apareceram no 21º dia, limite máximo de incubação do ebola e, por isso, o caso foi considerado suspeito, de acordo com os protocolos internacionais para o ebola

A Guiné, país de origem do paciente, é uma das três nações atingidas por uma epidemia de ebola neste momente, ao lado de Libéria e Serra Leoa. Atualmente, há 59 brasileiros residentes nesses países: 32 em Guiné, 25 na Libéria e 2 em Serra Leoa. A doença já matou 4.033 pessoas, de acordo com balanço divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira.
Entenda o caso
Bah saiu da Guiné no dia 18 de setembro e chegou ao Brasil no dia 19, depois de uma escala em Marrocos. Ele seguiu de ônibus para a Argentina e, ao entrar novamente no país, pediu refúgio no posto da Polícia Federal da cidade de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina. No dia 24, foi para Cascavel, no Paraná, onde se hospedou em um albergue com dois africanos.

Nesta quinta-feira (9), procurou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) depois de apresentar febre. Ele relatou que o sintoma começou na quarta-feira (8). Na sexta (10), foi levado ao Rio de Janeiro em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e encaminhado ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), referência em doenças infecciosas.
Bah chegou ao Brasil na condição de refugiado e, de acordo com o documento expedido pela Coordenação Geral de Polícia de Imigração, pode permanecer no país até 22 de setembro de 2015.
Transmissão
O ebola é uma doença infecciosa grave provocada por um vírus. Os sintomas iniciais são febre de início repentino, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta. Depois vêm vômitos, diarreia e sangramentos internos e externos. Ela é transmitida pelo contato direto com os fluidos corporais da pessoa infectada: sangue, suor, saliva, lágrimas, urina, fezes, vômito, muco e sêmen. Não há risco de contaminação pelo ar.

Quem tiver voltado de um dos países da África afetados pela epidemia - Libéria, Guiné ou Serra Leoa - e apresentar febre ou algum dos outros sintomas, deve procurar uma unidade de saúde e informar a equipe sobre a viagem. Dúvidas sobre a doença podem ser tiradas com o Disque Saúde, do Ministério da Saúde, no número 136.
Fonte: G1

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