O
Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte (MPF/RN) vem
cobrando do Ministério da Educação a adoção de providências
quanto ao funcionamento de cursos de mestrado oferecidos pela
Faculdade de Ciências Humanas da Paraíba – Sapiens - em
Parnamirim e possivelmente em outros municípios potiguares. Tais
cursos não possuem a recomendação da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, que é
exigida pela legislação brasileira.
Durante
as investigações do MPF, a Sapiens alegou trabalhar “como
instituição parceira da Faculdade do Norte do Paraná –
Facnorte”, porém informações prestadas pela Capes indicam que
“ainda não existem cursos de pós-gradução stricto sensu
da Sapiens ou da Facnorte” recomendadas pela coordenação, nem
reconhecidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).
Os cursos
stricto sensu incluem mestrados e doutorados e, segundo a
Capes, as duas instituições de ensino ingressaram com 12 pedidos de
análise em 2013 (dez de mestrados e dois de doutorados), sendo que
todos tiveram o mesmo resultado: “não recomendados”. Para
funcionamento de qualquer curso do tipo, é necessária a
recomendação, sem a qual o diploma expedido não possui validade, e
essa recomendação ainda tem de passar pela análise do CNE.
Contrato
suspenso - A Sapiens possui sede em Campina Grande, na Paraíba,
e assegurou que através da parceria caberia à Facnorte o “processo
de habilitação, para efeito de registro e de emissão dos referidos
diplomas”. A faculdade paranaense, por sua vez, declarou que a
Sapiens vinha descumprindo itens da parceria e, em decorrência
disso, o convênio foi suspenso em novembro de 2013, data a partir da
qual a instituição paraibana estaria impedida de “operar qualquer
ato em noma da Facnorte”.
Em
fevereiro deste ano, a Faculdade do Norte do Paraná garantiu ao MPF
que seus alunos teriam conhecimento que os certificados de conclusão
de seus cursos stricto sensu só terão validade após a
recomendação da Capes. O Ministério Público Federal vem
analisando se essa informação foi repassada a todos os alunos
matriculados.
Medidas
- Um inquérito civil aberto pela procuradora regional dos
Direitos do Cidadão, Caroline Maciel, acompanhará o caso. Em
janeiro e abril deste ano, a procuradora da República Ilia Fernandes
já havia remetido ofícios à Capes e ao Conselho Nacional de
Educação solicitando a adoção de medidas.
O pedido,
de acordo com o CNE, foi repassado à Secretaria de Regulação e
Supervisão da Educação Superior (Seres), do Ministério da
Educação, para que adote “as providências necessárias para
impedir que a Facnorte prossiga com a oferta de cursos irregulares”.
Um novo ofício foi enviado esta semana, desta vez pela procuradora
Caroline Maciel, com pedido de informações sobre as medidas que
estão sendo tomadas pela Seres.
Assessoria de Comunicação
Procuradoria da República no RN
Fones: (84) 3232-3960 / 9119-9675
Procuradoria da República no RN
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Fonte: http://www.prrn.mpf.mp.br
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