sábado, 26 de abril de 2014

Gesane Marinho: “Maioria dos deputados vai aprovar Impeachment de Rosalba Ciarlini”

Deputada estadual defende aprovação da abertura do processo de impeachment contra governadora


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Alex Viana
Repórter de Política
A deputada estadual Gesane Marinho (PSD) é a terceira parlamentar estadual a se pronunciar favoravelmente à instalação de um processo de impeachment contra a governadora Rosalba Ciarlini (DEM). Segundo ela, apenas deputados do DEM, partido de Rosalba, serão contra a instalação do processo.
“Caos administrativo, categorias em greve, falta de cumprimento de acordos com a maioria das classes trabalhadoras do Estado. O Movimento Articulado de Combate à Corrupção (MARCCO) é uma entidade séria, que fez a denúncia embasada em fatos concretos. Tanto que só os deputados do DEM serão contra a abertura deste impeachment. A maioria dos deputados vai concordar com a denúncia feita pelo MARCCO e aprovar o impeachment de Rosalba”, afirmou Gesane.
Dos 24 deputados estaduais, apenas três são do partido da governadora. Compõem a bancada democrata na Assembleia o líder do governo, Getúlio Rego, e os deputados José Adécio e Leonardo Rego. Os demais, 21 deputados, pertencem a outros partidos. Contudo, antes de ser votado em plenário, o pedido de impeachment contra Rosalba será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que dará parecer pela admissibilidade ou não da matéria.
“Acho que tem motivação para se abrir um impeachment. O MARCCO é uma instituição conceituada no Estado e eles encontraram motivos para iniciar um processo de impachment contra Rosalba. Então, eu sou a favor”, acrescentou Gesane.
Além de Gesane, os deputados estaduais José Dias (PSD) e Fernando Mineiro (PT) já se posicionaram a favor da abertura de impeachment contra Rosalba. Os deputados Fábio Dantas (PC do B) e Kelps Lima (Solidariedade) se mostraram favoráveis à ideia, mas ponderaram acerca da necessidade de se conhecer mais profundamente os elementos indicados pelo MARCCO, antes de assumirem uma postura afirmativa de apoio à proposta.
Na mesma linha segue o deputado estadual Agnelo Alves (PDT). Favorável a todo e qualquer tipo de investigação, Agnelo disse aO Jornal de Hoje que é preciso conhecer a matéria, antes de se falar em apoiar a abertura de um processo de impeachment.
“Não dá para se pronunciar ainda, porque não foi nem distribuído aos deputados. Eu, pelo menos, não recebi nada. Disseram que tem 800 páginas. Há muita água para correr. Terça vai ser lido em plenário. E vai ser posto”, disse o parlamentar.
Agnelo Alves reafirma sua posição de “absoluta independência” em relação ao governo do Estado. Entretanto, só definirá se apoia ou não o impeachment após conhecer a matéria. “Não sou contra. Agora aceitar ou votar contra ou a favor, eu não sei. Fora isso, com absoluta independência política”.
Fábio: “Analisaremos todos os argumentos do impeachment”
A proximidade do prazo para definições quanto às eleições deste ano está provocando posicionamentos políticos os mais diversos. Um deles foi exposto esta semana pelo deputado estadual Fábio Dantas (PC do B). Ele está sugerindo que, diante de um propalado desgaste administrativo, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) abdique de disputar a reeleição e aja como magistrada, preparando o Estado para que o próximo governador promova as reformas necessárias. Sobre o pedido de impeachment, protocolado nesta quinta-feira na Assembleia Legislativa pelo Movimento Articulado de Combate à Corrupção (MARCCO), o parlamentar assegura: “Vamos analisar todos os argumentos contidos no impeachment”. Confira a entrevista:
O Jornal de Hoje – Que avaliação faz do pedido de impeachment da goverandora Rosalba Ciarlini?
Fábio Dantas – Recebemos na Assembleia o pedido de impeachment da governadora, protocolado por uma instituição de muita credibilidade no Estado, que é o Marcco, e vamos analisar todos os argumentos contidos no impeachment. Primeiro a Assembleia vai analisar através da Comissão de Constituição e Justiça se preenche os requisitos, posteriormente se vai ser submetido a plenário ou não. Eu acho que é um momento de muita responsabilidade do ponto de vista como Estado do Rio Grande do Norte. A impopularidade do governo tem dado à população o desejo e a ânsia de ver a governadora afastada do cargo. Eu vejo isso com muito cuidado, sou um deputado de oposição, tendo em vista que nós estamos em um ano atípico, nós estamos em um ano de eleição para todos os cargos de nosso país e um instrumento como esse muitas vezes pode ser usado como um palanque, ou mesmo como um instrumento para alavancar candidaturas. Então, não é essa a intenção do Marcco, eu tenho certeza, mas muitas vezes quem pode ser beneficiado – no caso o vice-governador – pode entrar dentro de uma gestão totalmente sem forças para reverter o quadro que o Estado tem de muita gravidade nesse ano. Nós temos um quadro que aponta para um déficit no orçamento de quase R$ 1 bilhão. Eu acho que nós deveríamos estar sentados, discutindo, preocupados com a possibilidade do servidor não ter salário em novembro, dezembro, o 13º, eu não acredito que apenas mudando os personagens vá resolver esse cenário. Eu acho que a governadora deveria nesse momento agir como uma magistrada, dizer que não vai disputar a reeleição no Rio Grande do Norte e sentar para pensar em como vai fechar o Rio Grande do Norte no ano de 2014, para não levar um problema maior a toda a sociedade, ao comércio, à indústria, aos poderes, aos serviços, aos servidores, à própria Assembleia Legislativa, de uma forma que deixe um legado vergonhoso no final de uma gestão.
JH – Mas, o que fazer diante das irregularidades apontadas?
FD – Realmente se existem irregularidades insanáveis elas têm que ser levadas em conta. Agora, nós temos que, como Casa Legislativa, saber que os nossos atos podem comprometer mais ainda a ingovernabilidade desse Estado. Nós não podemos usar isso aí apenas para fazer valer o sentimento da população que há quatro anos foi às urnas e depositou a maioria de seus votos na governadora e no vice-governador. Eu fui contra a governadora, eu já não acreditava nesse governo antes da eleição da governadora, embora as pessoas apontando como ela sendo uma boa gestora em Mossoró, eu não acreditei, porque eu nunca vi o elefante que eu considero o Rio Grande do Norte… governar o Rio Grande do Norte é uma coisa muito mais ampla do que simplesmente você fazer um governo no qual se embelezou uma cidade. O Rio Grande do Norte é um Estado que precisa de um governante que tenha a sensibilidade e o desejo de mudar o Estado, não só com demagogia, hipocrisia e sorriso no processo eleitoral, mas pensando que a construção de 2015, 2016, 17 e 18… é um processo que tem que ser dia-a-dia. Eu acredito muito que o próximo governador do Rio Grande do Norte tem que ser um governador de transição, ele não pode pensar em reeleição, porque ele tem que tomar atitudes impopulares e necessárias à melhoria da qualidade de vida do povo.
JH – Por que Rosalba desistiria da reeleição e agiria como magistrada?
FD – Em primeiro lugar fazer no seu governo até o final as ações que são necessárias para concluir a gestão fiscal desse ano, e ter um gesto nobre de não colocar o governo a serviço de uma candidatura que está, no momento, passando por uma impopularidade muito significativa. Eu tenho certeza que todos, inclusive a própria governadora, não vive em uma bolha, na qual ela não tem conhecimento de que a sociedade está de uma forma muito forte contra a sua gestão, uma gestão que começou e está terminando sem qualquer conteúdo de mudança, e foi isso que fez a eleição da governadora. Eu tenho certeza que hoje se o Rio Grande do Norte tivesse sido governado por Iberê Ferreira a gestão era outra, porque era uma gestão que não ia passar por uma reeleição e era uma gestão que ia fazer as mudanças necessárias à melhoria da qualidade de vida. Eu tenho certeza que a saúde estaria melhor, a educação estaria melhor, a mobilidade estaria melhor, porque era um governador que ia basear a sua gestão em metas de gestão modernas, que é o que hoje é em todo o país.
JH – O senhor está promovendo um seminário sobre desenvolvimento. Qual o objetivo?
FD – Em primeiro lugar colocar o compromisso das agremiações partidárias com um pacto pelo Rio Grande do Norte. Vamos abrir o seminário pela manhã com uma palestra sobre desenvolvimento do Rio Grande do Norte. Depois nós vamos abrir as agremiações partidárias para que elas façam uma explanação, não de um projeto de governo, mas do que pensam em transformar o Rio Grande do Norte nos próximos oito anos. A palestra vai se chamar “Seminário o RN nos próximos oito anos”. Terminada pela manhã essas deliberações, à tarde nós vamos promover oficinas de saúde, educação, mobilidade e segurança pública. Ao final de todo esse seminário nós vamos elaborar uma carta de intenções partidárias, daquilo que foi consenso, e vamos entregar aos candidatos registrados em julho para o pleito de 2014, a eleição majoritária, bem como a todos os partidos políticos, porque eu entendo que quem vai fazer a gestão política dessa transição são os partidos políticos e são eles que vão às casas das pessoas para promover a perspectiva e a exposição de um novo Rio Grande do Norte.
JH – No RN só o que temos são projetos não-executados. Como mudar esse quadro?
FD – Infelizmente o Estado não tem muitos projetos. Se você chegar hoje nas secretarias do Estado você vai ver que elas carecem de corpos técnicos para construir os projetos de cada secretaria. Eu não entendo como você vai gerir uma Secretaria de Ação Social sem um corpo técnico voltado a pensar o Rio Grande do Norte com projetos. Eu não entendo como você vai chegar na Secretaria de Saúde e não ter lá centenas de milhares de projetos para se levar a Brasília. O Ministério da Saúde tem promovido uma verdadeira exposição permanente de que tem muitos recursos para os estados. O Rio Grande do Norte, com toda essa força política que nós temos hoje, um presidente da Câmara dos Deputados, um ministro de Estado, uma bancada que tem o presidente nacional de um partido, nós não conseguimos elevar nossa per-capta na saúde. A Bahia recebe dez vezes mais do que o Rio Grande do Norte de per-capta no SUS. Como é que nós vamos melhorar a saúde pública se o Estado não dispõe de recursos, pela fraqueza, exatamente exposta em números? Quando eu vejo a classe política desesperadamente querendo atrair financiamento público para algumas ações eu penso que isso são paliativos, porque nós precisamos mesmo é de recursos fundo a fundo, mês a mês.
Fonte: JH

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