quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Seminário quer equalizar a arte e a cultura do cordel

A literatura de cordel é feita de versos e muito movimento. Um deles é um seminário, promovido pela Casa do Cordel, em parceria com o Instituto Federal do Rio Grande do Norte, da Cidade Alta. O seminário está marcado para acontecer nesta sexta e sábado no auditório e na área de lazer do IFRN. “O objetivo é divulgar a profissão e fazer uma avaliação sobre o movimento do cordel”, disse um dos idealizadores do evento, Erick Lima.

divulgaçãoErick Lima é um dos artistas da nova geração de gravadoresErick Lima é um dos artistas da nova geração de gravadores
Segundo Erick Lima, na ocasião serão discutidas quais as políticas públicas em andamento, que favorecem o setor. Além disso, o grupo pretende equalizar as expectativas para este ano e a partir daí traçar as novas ações. Além dos cordelistas associados à Casa do Cordel e alguns entusiastas, o evento conta com a presença de nomes como o potiguar Nando Poeta, (membro da Caravana do Cordel em São Paulo), Welington Vicente (Manaus) e Nalva Poeta (Ceará).

A abertura do evento acontece às na sexta-feira, às 16h, com feira de antiguidades, exposição de minerais com Eliene Castro, feirinha de cordel e sarau poético. Para participar da abertura e do seminário, no sábado, não é preciso fazer inscrição antecipada. O evento é gratuito e aberto ao público.

Durante o seminário, marcado para começar no sábado, às 9h da manhã, será debatido o tema “A xilogravura no cordel”, com Erick Lima. Erick vai falar sobre a história da xilografia e o percurso até ocupar as páginas dos livros de cordel. Neste momento também entrará na roda assuntos abrangendo a ação dos produtores de cordel, editores, dentre outros profissionais.

Às 9h40, ocupa o centro da mesa de debates, o tema “O cordel e os movimentos sociais”, apresentado pelo potiguar Nando Poeta, incentivador da Caravana do Cordel, em São Paulo. Nando falou que é preciso levantar tudo o que está sendo feito, avaliar e fazer novas proposições para o movimento pró-cordel.

O movimento pró-cordel ainda não é um movimento sólido, mas tem tudo para que seja consolidado. Durante o seminário, o grupo deseja que seja criada uma teia, reunindo cordelistas, produtores, editores, xilógrafos, repentistas e demais interessados.

Segundo Nando Poeta, parece contraditório, mas o Estado de São Paulo recebe muito mais apoio público, dos que os da região nordeste. “A Secretaria de Educação de São Paulo criou uma cartilha, ensinando como trabalhar cordel em sala de aula, enquanto que aqui, não há qualquer forma de incentivo”, disse Nando Poeta. Ele lembrou também, que o curso de Letras, da Universidade de São Paulo (USP) incluiu na grade curricular, uma disciplina sobre Literatura de Cordel. “Aqui em Natal tem muito cordelista, o que falta é incentivo público”, disse Nando.

Além das palavras de Erick Lima e Nando Poeta, os participantes terão a oportunidade de debater sobre outros dois temas: “Avaliações e perspectivas do movimento cultural de cordel”, às 10h30; e “A pedagogia do cordel no ensino religioso”, às 14h.

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