Michel Temer utilizou uma tática nesta segunda-feira (26) que está fadada ao fracasso. Diante do enfraquecimento de seu governo e a denúncia do procurador-geral da República contra ele por corrupção, Temer resolveu tentar demonstrar força e disse durante evento no Palácio do Planalto que nada o “destruirá”.
Beto Barata/PR
Com o dedo em riste, durante cerimônia na qual sancionou a lei que permite aos comerciantes cobrarem preços diferentes para um mesmo produto, dependendo da forma como o cliente paga, Temer disse que o governo está implementando uma “agenda de modernização no país” para a qual não há um “plano B”.
“O Brasil está nos trilhos, no caminho da responsabilidade e na rota da superação. Portanto, meus amigos, que ninguém duvide. Nossa agenda de modernização do Brasil é a mais ambiciosa em muito tempo. Tem sido implementada com disciplina, com sentido de missão. Não há plano B, há que seguir adiante. E nada nos destruirá, nem a mim, nem aos nossos ministros”, disse.
Com a mais baixa popularidade de um presidente na história do país, Temer acha que o apoio do empresariado, que o levou ao poder por meio de um golpe, vai sustentar o seu governo ilegítimo. Ele ignora os números das pesquisas, entre as quais a do Datafolha que apontam que está com o pior índice de aprovação entre presidentes nos últimos 28 anos, com 7%.
Revelando que perdeu os sentidos, Temer resolveu comentar sobre a sua viagem à Rússia afirmando que se encontrou com empresários “soviéticos”.
“Estive agora recentemente em Moscou, na Rússia, e depois na Noruega, e verifiquei o interesse extraordinário dos empreendimentos soviéticos, o deputado Perondi lá esteve em nossa comitiva, e nós pudemos verificar o interesse extraordinário de empresários soviéticos e noruegueses, no nosso país, pelo que está acontecendo no país”, declarou Temer.
Durante a viagem internacional, após o governo ser derrotado na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, que rejeitou a reforma trabalhista, Temer também falou bobagens como chamar o rei da Noruega de “rei da Suécia” e citar o encontro com deputados russos como encontro no “parlamento brasileiro”.
A história recente do país mostra que essa tática é uma verdadeira demonstração de que o governo vai cair. Em 1992, o então presidente Fernando Collor de Mello, que era investigado por uma CPI no Congresso, usou uma solenidade com taxistas no Palácio do Planalto para, aos gritos e socos no púlpito, convocar “todo o Brasil” a ir às ruas.
“A minoria atrapalha, a maioria trabalha. Vamos mostrar que já é hora de dar um basta a tudo isso. Vamos inundar o Brasil de verde e amarelo”, disse Collor. O tiro saiu pela culatra e o resultado todos sabemos qual foi.
Fonte: Portal Vermelho, com informações de agências
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