Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP-CUT), o processo de desinvestimento e privatizações, com a venda de ativos da Petrobras e campos do pre-sal a estrangeiros, promovido pelo governo Michel Temer e por Pedro Parente, atual presidente da Petrobras, pode acarretar em desindustrialização para o Brasil. Os petroleiros consideram ainda a hipótese de corrupção, dados os baixos preços em que estão sendo vendidos os campos de petróleo e os bens da empresa.
Segundo o diretor de Relações Internacionais e de Movimentos Sociais da FUP, João Antônio de Moraes, "a Petrobras e o petróleo do pré-sal são absolutamente imprescindíveis para qualquer projeto de desenvolvimento no país". Em entrevista para a Rádio Brasil Atual nesta quarta-feira (12), ele afirma que os ativos da empresa estão sendo vendidos no mercado internacional a menos de 10% do valor real.
Ele lembra que Pedro Parente, então ministro da Casa Civil de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ficou conhecido como o "ministro do apagão". Agora, quer promover outro apagão, desta vez em todo o setor industrial brasileiro, dada a importância da estatal.
"Estão entregando tudo e destruindo a possibilidade de futuro para o povo brasileiro. Eles têm implementado um programa arrojado de entrega dos bens do povo brasileiro. Certamente, está havendo muita corrupção por trás dessas privatizações implementadas por Parente", diz o dirigente.
Segundo ele, só a corrupção justifica os preços praticados no processo de privatização. "Só isso explica a entrega do campo de Carcará, por exemplo. Com o barril de petróleo a quase 60 dólares, foi entregue a dois dólares. Mais recentemente, no campo de Iara, novamente adotam mesmo procedimento. O complexo petroquímico de Suape, onde a Petrobras já investiu mais de R$ 12 bilhões, eles vendem por menos de $ 1 bilhão."
Ele explica que esse processo de enxugamento da estatal afeta a industrialização brasileira, porque as empresas estrangeiras que compraram os bens vendidos pela Petrobras não adquirem no Brasil insumos industriais – sondas, máquinas e equipamentos. Também abrem mão da utilização da mão de obra especializada nacional. "Trazem tudo de fora. Significa que voltamos a exportar empregos, a exportar bens naturais, em detrimento da industrialização brasileira."
Fonte: RBA
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