O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) foi a legenda que mais elegeu prefeitos em todo o Maranhão e o governador do estado, Flávio Dino, comemorou o êxito do resultado eleitoral do seu partido em pronunciamento nesta segunda-feira (3), no Palácio dos Leões, sede do governo.
Foto: Reprodução
Governador Flavio Dino analisa cenário eleitoral
O PCdoB havia conquistado quatro prefeituras em 2012, mas este ano foi vitorioso em 46 cidades e conquistou o prestígio de ser o partido que mais elegeu candidatos a prefeituras em todo o estado: 21,3% do total. Em segundo lugar ficou o PSDB, com 29 prefeitos, seguido do PDT, com 28 prefeitos eleitos e o PMDB ficou em quarto lugar, com 22 candidatos. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em sua análise, Flávio Dino destacou como “bastante positiva e expressiva” a vitória do PCdoB no Maranhão. “Nós estamos felizes porque consideramos como uma continuidade no processo de 2014, como sinal de aprovação majoritária às políticas que nós estamos implementando”, afirmou.
No campo de alianças, os partidos aliados ao governo estadual também saíram vitoriosos, com a eleição de cerca de 150 chefes do executivo municipal, do total de 217 cidades no estado.
Para as câmaras municipais, foram eleitos 215 vereadores do PCdoB.
Capital
Por ter mais de 200 mil eleitores, São Luís, a capital maranhense, vai definir as eleições no segundo turno. Apoiado por Flávio Dino, o atual prefeito, Edivaldo Júnior (PDT), vai disputar o segundo turno com Eduardo Salim Braide (PMN). Edivaldo obteve 45% dos votos válidos e Eduardo recebeu 21% dos votos.
Dos 31 vereadores eleitos para a Câmara Municipal da capital, a coligação “São Luís de todos nós” elegeu quatro candidatos, três deles, comunistas: Marcelo Poeta, Fátima Araújo e Ricardo Diniz. Bárbara Soeiro, do PSC também se elegeu.
Atuação individual
Flávio Dino, que já foi juiz federal, fez questão de frisar em sua avaliação o fato das eleições no Maranhão terem transcorrido sem aparato da máquina do estado. Segundo ele, “o que houve foi a atuação política do governador, dos seus secretários, mas jamais a atuação do governo”, disse e completou dizendo que tal atitude é “uma novidade em termos estaduais”, alfinetando à gestão passada.
Eleições no Brasil
No âmbito nacional, Flávio Dino avaliou que o campo da esquerda sofreu “imenso retrocesso”. “Nós tivemos muitas derrotas expressivas”, disse. “Isso deriva de uma série de fatores. É preciso que o nosso campo político em termos nacionais, aí eu incluo o meu partido, o PCdoB, reflita bastante sobre isso”.
Do ponto de vista nacional, estas eleições apontaram uma tendência também conservadora do eleitorado e isso não se vincula apenas à questão do impeachment, avalia Dino, “tanto que o PMDB não foi um grande vitorioso”, mas “se vincula a uma visão geral da sociedade derivada de dois aspectos: primeiro, a operação Lava Jato; e segundo a crise econômica”. Para o governador, a crise econômica “profunda e persistente” refletiu na maioria das eleições no mundo desde 2008 e refletiu “também no caso brasileiro”.
“Todos aqueles que acompanham a crise mundial sabem que em um contexto de crise econômica nós temos uma curva à direita desde o ‘nazifascismo’ dos anos 1930, e isso em termos internacionais se manifestou agora em vários países do mundo. Donald Trump polarizando as eleições nos EUA, houve essa inusitada rejeição do acordo de paz entre o governo da Colômbia e as Farc, voto pela saída do Reino Unido da União Europeia, e no caso brasileiro essa viragem conservadora”, avaliou.
Antipolítica
Outra consideração importante sobre o cenário nacional eleitoral feita pelo governador é o que chamou de “sintoma preocupante”, o da “antipolítica”, exposta neste pleito. Para Dino, esta característica demonstra “uma crise profunda de representação política traduzida nesse afastamento da sociedade com candidatos” e de candidatos que se apresentam como “não-políticos”. Segundo ele, é “uma fragmentação partidária bastante grande”.
“É claro que obviamente alguém integrar um partido e disputar uma eleição já significa que ele é político”, mas o discurso contrário à política não colabora em nada e afasta ainda mais a população do dever social, explicou.
Para o governador, outro fenômeno que justifica essa avaliação é o alto índice de abstenção, votos nulos e brancos. E lembrou que em alguns lugares esse número chegou a praticamente metade do eleitorado, como foi o caso dos grandes centros, como as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. “Essa é uma característica bastante preocupante porque sinaliza um afastamento de parcelas expressivas da sociedade em relação a um mundo institucional”, destacou.
Organizações criminosas na campanha
Dino ponderou sobre outro fenômeno preocupante marcado nestas eleições, como o aumento no número de violência e criminalidade presente na cena eleitoral. “Crime organizado, facções criminosas, organizações criminosas, milícias, disputando na política e disputando contra a política. Isso também em termos nacionais apresentou de modo bastante claro”, ressaltou o governador.
Outro diferencial que se viu nestas eleições foram que alguns candidatos foram patrocinados por organizações criminosas. Há ponderações de que a ausência de financiamento público nas campanhas – com o fim da doação de empresas nas campanhas eleitorais –, como forma de não intervenção do setor privado no poder público, pode ter propiciado a participação de organizações criminosas nas campanhas políticas.
Dino citou, como exemplo, as eleições na capital maranhense, que sofreu ataques de criminosos nos últimos dias e necessitou de medidas de segurança mais rigorosas para impedir ataques de organizações criminosas e garantir a paz no dia da votação, fato ressaltado como mais uma vitória do mandato Flávio Dino.
Fonte: Portal Vermelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário