terça-feira, 19 de julho de 2016

Dilma vê mídia no golpe e fala em enfrentar setores oligopolizados



 
 

Em seu discurso, ela reconheceu de maneira mais enfática o papel de setores da mídia no que chamou de “golpe” contra seu governo. A presidenta acrescentou também como “crucial” para a democracia desenvolver a “sociedade da tolerância”, numa crítica frontal a movimentos como Escola sem Partido. “Não é escola sem partido o que querem, é escola sem debate, escola sem alma”, disse, enfatizando a defesa da discussão de gênero e do combate à homofobia no ambiente educacional.

Dilma foi contundente contra o ministro interino das Relações Exteriores, José Serra, por resgatar a política de “falar fino como os Estados Unidos e grosso com a Bolívia”, como ironizou, lembrando comentário do compositor Chico Buarque durante sua campanha. A presidenta tratou a importância da América Latina, da África e dos Brics como crucial. “Ninguém que olha com desprezo para isso pode ser levado a sério. É de uma ignorância lapidar. É mais que um erro, uma burrice.”

Ela reiterou diversas críticas que vem fazendo ao governo provisório nas últimas semanas – tais como ser composto por homens brancos, velhos e ricos, propor o engessamento dos gastos com educação e saúde por 20 anos e ameaçar modificar a lei de partilha que rege a exploração do petróleo do pré-sal. Segundo ela, vetar o aumento de gastos com educação por duas décadas é uma forma de impedir que 75% dos recursos do pré-sal sejam apropriados não pela Petrobras, mas “pela União, pelo Estado, pelos brasileiros”. “É impedir que o país ingresse da maneira sustentável na “economia do conhecimento.”

E deu alguns sinais do que pode vir a fazer parte de uma esperada nova edição de uma “carta aos brasileiros”, que seria uma espécie de documento-compromisso para o caso de derrotar o impeachment e reassumir o posto.

Além do enfrentamento a setores da mídia e da promoção da sociedade da tolerância, Dilma assinalou o compromisso de dialogar mais com o Congresso e com a oposição (“A oposição que é contra meu governo, mas também contra o golpe e a favor da democracia”) e também a sociedade e movimentos sociais e usou a expressão “nenhum direito a menos”, ao se referir a programas sociais, como Minha Casa, Minha Vida, ProUni, Fies, Pronatec, Ciência sem Fronteiras, e a direitos trabalhistas. “Se não criarmos empregos de qualidade nunca seremos um país desenvolvido.” 


 Fonte: Rede Brasil Atual

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