domingo, 12 de junho de 2016

Um mês de Temer: tudo em compasso de espera, exceto a mesquinharia


Um mês passado significa também, no mínimo, mais três ou quatro antes que se possa consumar o afastamento de Dilma
Um mês passado significa também, no mínimo, mais três ou quatro antes que se possa consumar o afastamento de Dilma

Mas, de fato, com a onda de reajustes de diversas categorias – muitas delas as de mais elevados padrões salariais – é certo que os gastos públicos vão aumentar. Os badalados cortes nos cargos comissionados têm efeito meramente pirotécnicos: não chegam a representar 0,1% da folha de pessoal.

Bolsa e dólar andaram “de lado” e a saída financeira de capital cresceu muito, chegando a US$ 11,43 bilhões  no final do mês. A inflação subiu e, francamente, alguém andou fumando algo estragado se enxerga alguma possibilidade de queda brusca nas suas taxas. O IGP-M, que de certa forma a antecipa por dar peso maior aos preços por atacado, teve a maior valor – 1,12% – para o mês de junho, na sua primeira prévia, da última década.

E, francamente, dizer que os números podem ficar “no azul” no último trimestre é uma mistificação, porque significa compará-los  com os do desastre dos meses finais de 2015.

Também não ajudam as apreensões internacionais: queda recorde nas reservas cambiais da China, ameaça de saída do Reino Unido da Zona do Euro (o chamado Brexit) e os sinais de que, depois de meses de “ensaios”, o Federal Reserve americano pode mesmo subir seus juros.

Menos ainda as críticas e o noticiário sobre golpe e corrupção no novo Governo coopera para fechar os 70 ou 80 bilhões de dólares vindos do exterior que o Brasil precisa para fechar suas contas. O primeiro leilão de concessões,  de portos, não teve interessados.

Um mês passado significa também, no mínimo, mais três ou quatro antes que se possa consumar o afastamento de Dilma, o que permitiria a adoção dos “pacotes de maldades” que ainda fazem o governo “bater cabeça” internamente. Porque é cada vez mais pressionado a fazê-lo logo, já e não é por outro motivo que os grandes jornais espalham editoriais exigindo a eliminação do “fator Cunha”.
Então além das declarações de otimismo e confiança, as medidas que este governo tomou para a “salvação nacional”, pode-se  dizer,  foram compostas principalmente  as de cortar as viagens, a comida e agora até a hospedagem de Dilma Rousseff.

Ah, bom, agora sim a economia brasileira vai se recuperar! 


*Fernando Brito é editor do Tijolaço

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