É ... eu deixei você ir. Não por egoísmo, mas por não ter mais forças de continuar com algo. Eu sei, nós nos amamos infimamente, mas não podemos continuar com algo que já nos fere a tanto tempo. Fugi pelas escadas, becos e vielas. Fugi do rosto do cheiro, do beijo. Fugi da água, do vento, do mar. Fugi de tudo que te lembrava e acabava te encontrando em cada rosto. Irônico não? Tudo o que mais queria é fugir de ti e acabava te encontrando até naquela teoria que você tanto gostava de pronunciar. Até naquelas frases clichês do dia a dia era algo extremamente crucial pra mais uma fuga dos teus pobres poderes. Juro, que numa tentativa fugaz de te tirar do sério, acabei traindo a mim. Me perdi na vontade e me encontrei no caminho de volta. Procurei os descasos mais sutis, e achei apenas o conforto do vazio. Desejei inúmeras vezes as sensações que só existia em ti. E aí eu me perdi em mim. E na tentativa vã de procurar as fórmulas do esquecimento, você aparecia e tudo afundava de novo, e tudo virou um ciclo sem fim, você me buscando e eu fugindo para mundos paralelos.
Autor: Linda Kênia
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