terça-feira, 22 de setembro de 2015

Anistia repudia cena de "A Regra do Jogo"; Globo diz que é obra de ficção

  • Romero Rômulo, personagem de Alexandre Nero, tenta entrar em presídio sem passar pela revista policial
    Romero Rômulo, personagem de Alexandre Nero, tenta entrar em presídio sem passar pela revista policial
A menção do personagem Romero (Alexandre Nero) à Anistia Internacional Brasil no capítulo de segunda-feira (21) de "A Regra do Jogo" gerou uma nota de repúdio da organização.
"A representação equivocada do trabalho de defensores de direitos humanos na novela tem sido explorado de forma irresponsável e contribuindo para criminalizar o mesmo", diz a Anistia Internacional em comunicado divulgado nesta terça na página oficial do Facebook da organização.
Na cena, o trambiqueiro interpretado por Alexandre Nero diz estar a serviço da organização ao se apresentar como advogado de direitos humanos na entrada de um presídio de segurança máxima.
Carregando uma bomba, Romero se nega a passar pela revista. "Eu ajudo a comunidade carcerária. Eu sou da Anistia Internacional", diz o personagem para o policial que controla a entrada no presídio. Sem ser revistado, ele consegue entrar na penitenciária para ajudar na fuga de um traficante internacional.
No comunicado, a organização condena a citação da Anistia por um personagem corrupto mesmo se tratando de uma novela. O personagem de Nero, um ex-vereador, se passa por defensor dos direitos humanos para disfarçar sua atividade como criminoso.
"Embora se trate de uma obra de ficção, a novela 'A Regra do Jogo', ao usar o nome da Anistia Internacional – uma organização referência e atuante no país, presta um desserviço à consolidação de uma cultura de direitos humanos na sociedade brasileira", afirma.
A nota ainda menciona o trabalho em prol dos direitos humanos no Brasil e no mundo, além do prêmio Nobel da Paz de 1977 e da atuação em mais de 150 países. Procurada pelo UOL, a TV Globo disse que a novela "não tem compromisso com a realidade".
"As novelas são obras de ficção sem compromisso com a realidade, como registramos ao final de cada capítulo. Ao recriar livremente situações que podem ocorrer na vida real, a dramaturgia busca apenas tecer o pano de fundo para suas histórias", informou a emissora. A Anistia Internacional falou à reportagem que, por enquanto, não decidiu se irá entrar com alguma medida judicial contra o canal.
"Nos causou surpresa e indignação a maneira irresponsável que a TV Globo usou o nome da Anistia Internacional para reforçar um estereótipo equivocado sobre o trabalho dos defensores de direitos humanos no Brasil. A ficção, quando se propõe a retratar a realidade, precisa ser mais cuidadosa e capaz de avaliar as consequências nesse momento do país de associar levianamente o tema dos direitos humanos a iniciativas criminosas", reforçou o diretor executivo da Anistia Internacional, Atila Roque.
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Fonte: http://noticias.bol.uol.com.br/

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