quarta-feira, 20 de maio de 2015

Universitários criam projeto para resgatar 2ª escola mais antiga do RN

Projeto de extensão da UFRN conta com 22 alunos do curso de Direito.
Segundo senso de 2014, escola Isabel Gondim tem o pior Ideb do estado.


Projeto oferece aulas de reforço para alunos da escola Isabel Gondim, na Zona Leste de Natal (Foto: Carolina Diógenes Marques)Projeto oferece aulas de reforço para alunos da escola Isabel Gondim, na Zona Leste de Natal (Foto: Carolina Diógenes Marques)
Estudantes universitários estão ajudando a recuperar a identidade da segunda escola mais antiga do estado, a Escola Isabel Gondim, prestando assessoria jurídica à entidade e dando aulas de reforço aos alunos da instituição. A iniciativa faz parte de um projeto de extensão do curso de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
O projeto 'Efetivando a Educação', que conta atualmente com 22 alunos do curso de direito, é orientado pela ex-coordenadora do departamento de Direito Público da UFRN, Anna Beatriz Presgrave e foi fundado a partir de uma visita da então coordenadora à Escola Estadual Isabel Gondim, localizada no bairro das Rocas, na Zona Leste de Natal, a convite de Carolina Diógenes, aluna do curso de direito, e da diretora da escola, Bruna Caballero.
"A efetivação do projeto só foi possível, por questões de burocracia, em abril deste ano, mas surgiu em 2014 depois de uma visita da professora Anna Beatriz à escola. Ela ficou sensibilizada com a situação que eles enfrentavam e junto com alguns alunos resolvemos criar este projeto para ajudar a coordenação da escola a enfrentar estes problemas", explicou Carolina Diógenes, aluna do curso de direito e integrante do projeto.
O projeto oferece de reforço para alunos do ensino fundamental e preparatórias para a prova de admissão no Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). "Às terças-feiras são realizadas as aulas preparatórias para os alunos que se preparam para provas do IFRN e às quartas, aulas de reforço para os alunos de todas as séries", disse Carolina.
Além das aulas de reforço, o projeto também auxilia a escola, prestando assessoria jurídica e promovendo campanhas de arrecadação de alimentos e material de escritório para a escola. "Contamos com o auxílio de outros projetos da UFRN nesta campanha de apoio pela escola. O escritório popular do projeto Motyrum, por exemplo, está arcando com o advogado da escola para que recursos que estão travados sejam liberados", explicou a integrante do projeto. 
Sem verbas
Com 73 alunos matriculados entre o 4º e o 9º ano e mantida por meio de doações e de dois programas estaduais, a Escola Estadual Isabel Gondim mantém o posto de escola pior avaliada pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no estado. De acordo com a atual diretora da escola, a professora Bruna Caballero, os resultados são reflexo do descaso com a escola nos últimos anos.

"No meu primeiro ano na escola (2014), ainda como professora de língua portuguesa, percebi diversos equívocos, mas como tinha acabado de chegar, fiquei apenas observando. A coordenação dizia que havia 160 alunos matriculados, no entanto eu não conseguia vizualizar nem 50. A merenda, quando tinha, era macarrão com água ou biscoito. Quando não tinha os alunos eram liberados", explicou a diretora.
Atualmente, com ajuda da assessoria jurídica prestada pelos projetos da UFRN, a direçãptenta destravar os recursos provenientes de programas federais, indisponíveis para a instituição pois ex-gestores da escola não realizaram a prestação de contas ao Ministério da Educação.
"Mantemos a escola funcionando com duas verbas estaduais que totalizam menos de R$ 20 mil por ano. O detalhe é que, apesar de pouco, o valor é baseado no senso de 2014, que consta que 160 alunos estão matriculados. A verba deve cair pela metade. É fundamental que o recurso federal seja destravado", disse a diretora.
Fonte: G1/RN

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