Porta-voz do Parlamento anunciou vitória nesta quarta-feira (4).
Segundo agência, presidente venceu com 88,7% dos votos.
O presidente Bashar al-Assad venceu com 88,7% dos votos as eleições presidenciais na Síria, disse o porta-voz do Parlamento, Mohammad al-Laham, nesta quarta-feira (4). Assad garantiu seu terceiro mandato, apesar de uma guerra civil violenta que cresceu a partir de protestos contra o seu governo.
"Declaro a vitória de Bashar Hafez al-Assad como presidente da República da Síria com absoluta maioria dos votos nas eleições", disse Laham em discurso transmitido pela televisão desde o escritório do Parlamento da Síria, informa a Reuters.
A corte constitucional da Síria havia afirmado anteriormente que a participação nas eleições da última terça-feira e de uma rodada anterior com expatriados fora de 73%.
Os outros dois candidatos nas eleições, Hassan al-Nouri e Maher al-Hajjar, tiveram, respectivamente, 4,3% e 3,2% dos votos.
Autoridades sírias descreveram a prevista vitória de Assad como uma reivindicação de sua campanha de três anos contra os grupos armados que lutam para derrubá-lo do poder.
A votação foi realizada nas áreas controladas pelo governo. Segundo relato ao G1 de fotógrafo brasileiro que está em Aleppo, a segunda maior cidade do país, em região controlada por rebeldes não houve nem sinal de eleição.
Opositores de Assad classificaram as eleições como uma farsa e disseram que os outros dois candidatos não ofereceram nenhuma alternativa real e que uma eleição em meio a guerra civil não poderia ser considerada. Os Estados Unidos declararam que as eleições presidenciais na Síria são "uma vergonha".
A guerra civil no país matou 160 mil pessoas, expulsou cerca de 3 milhões de refugiados e deslocou muitos outros dentro do país.
Conflito de mais de 3 anos
A Síria enfrenta guerra civil desde março de 2011. Segundo o Observatório Sírio para Direitos Humanos, a guerra já deixou pelo menos 162 mil mortos, entre eles 80 mil civis e 8,6 mil crianças. Assad, da minoria étnico-religiosa alauíta, enfrenta uma rebelião armada que tenta derrubá-lo do poder.
Inicialmente, a maioria sunita e a população em geral realizavam protestos reivindicando mais democracia e liberdades individuais. Com a repressão violenta das forças de segurança, o conflito se transformou em revolta armada, apoiada por militares desertores e por grupos islamitas como a Irmandade Muçulmana, do Egito, e radicais como o grupo Al-Nursa, "franquia" da rede terrorista da Al-Qaeda.
Os confrontos destruíram a infraestrutura do país e geraram uma crise humanitária regional. Em agosto de 2013, um ataque em um subúrbio de Damasco com armas químicas atribuído ao regime foi considerado o mais grave incidente com uso de armas químicas no planeta desde os anos 1980. Um “grande número” de pessoas morreu com os ataques de gás sarin, segundo relatório da ONU.
A guerra civil síria reviveu as tensões da Guerra Fria entre Ocidente e Oriente, por conta do apoio da Rússia ao regime sírio. Os EUA se limitam, oficialmente, a oferecer apoio não letal aos rebeldes e a fornecer ajuda humanitária.
Após proposto pela Rússia, a Síria colabora com a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) para uma operação conjunta de desarmamento químico no país.
Segundo a ONU, mais de 2,7 milhões de pessoas já deixaram a Síria, principalmente em direção ao Líbano, Turquia, Jordânia e Iraque. No Brasil, refugiados chegaram com a esperança de um recomeço após perderem casa, emprego e segurança na Síria. Devido ao conflito, o Brasil passou a facilitar a obtenção do visto de turista para os cidadãos desse país. Em São Paulo, a comunidade se une para conseguir emprego e casa para recém-chegados.
Fonte: G1
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