Chuvas da madrugada fizeram terra descer pelas encostas de Mãe Luíza.
Segundo o Corpo de Bombeiros, não há registro de feridos.
Voltou a chover forte durante a madrugada e início da manhã desta segunda-feira (23) em Natal. Com isso, a terra cedeu mais uma vez e um novo deslizamento foi registrado no bairro de Mãe Luíza, um dos mais afetados pelos temporais que assolaram a capital potiguar nos dias 13 e 14 deste mês. Segundo a Defesa Civil do Município, pelo menos três carros foram parcialmente soterrados na Avenida Governador Sílvio Pedroza, na praia de Areia Preta, para onde a enxurrada de areia e destroços escorreu. Além disso, uma casa desmoronou na Rua Atalaia, que fica próxima à cratera aberta na Rua Guanabara. A residência que desabou é uma das 80 moradias interditadas pelo Corpo de Bombeiros na região. Não há registro de feridos até o momento.
Os deslizamentos de terra em Mãe Luíza vêm ocorrendo com frequência nestes últimos dias. Com mais este, é a terceira vez que veículos são atingidos pela lama que desce pelos barrancos. Entre as ruas Guanabara e Atalaia, várias casas já foram destruídas e dezenas de famílias tiveram que deixar seus lares.
Ministro visita área de desastre
O ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, visitou a área atingida pelo deslizamento de terra. Acompanhado de autoridades, Teixeira foi ao bairro de Mãe Luíza nesta última sexta-feira, dia 20, onde afirmou que a prioridade é prestar socorro às famílias.
“Nesse primeiro momento, a prioridade é prestar socorro e assistência às famílias. Com o projeto concluído, daremos início à segunda fase dos trabalhos, que inclui a estabilização do terreno e reconstrução da rede de drenagem e de esgotos. Por isso é importante a presença do prefeito, da governadora, do presidente da Câmara Federal e de todas as autoridades aqui, pois trabalharemos em conjunto”, disse o ministro.
Após a visita do ministro, a Prefeitura de Natal divulgou um balanço da situação na região afetada pelas chuvas. Segundo a Secretaria Municipal de Obras, 100 casas foram interditadas. A maioria, 80 ao todo, fica exatamente no bairro de Mãe Luíza. Os demais imóveis interditados ficam na comunidade do Jacó, no bairro das Rocas, também na Zona Leste da cidade, onde 13 residências foram afetadas. Outras sete casas foram interditadas em outras regiões da cidade.
Das famílias que precisaram deixar suas casas, a Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social abrigou 13, das quais 10 estão no Centro de Referência de Assistência Social de Mãe Luíza e outras três na Escola Municipal Santos Reis. A Semtas acrescenta que está apoiando outas 60 famílias abrigadas em diversos locais da cidade. Até o momento a secretaria já contabilizou a doação de mais de 2 toneladas de alimentos, sem contar itens como material de limpeza, higiene, roupas e água.
MP apura responsabilidades
O Ministério Público estadual vai instaurar um inquérito civil público para apurar eventuais responsabilidades pelos deslizamentos de terra que vêm ocorrendo em Mãe Luíza. O MP pretende ainda acompanhar as medidas que estão sendo adotadas para proteger os atingidos e remover eventuais riscos para a integridade física de outros grupos que estejam em situação similar de vulnerabilidade.
Também foi objeto de uma reunião dos promotores a existência de diversas ações judiciais e extrajudiciais do MPRN relacionadas a pontos de alagamento na capital, especialmente quanto à necessidade de melhoria de sistemas de drenagem e de manutenção preventiva das lagoas de captação de águas pluviométricas, já contando algumas dessas ações com sentenças judiciais aguardando cumprimento do poder público.
Os promotores de Justiça responsáveis pelas referidas ações farão um relatório que servirá de base para tratativas com a Prefeitura de Natal e o Governo do Estado em busca de soluções imediatas para os problemas.
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