Ex-deputado federal desapareceu durante a ditadura militar.
Segundo comissão, militar é Antônio Hughes de Carvalho que já morreu.
A Comissão Nacional da Verdade revelou nesta quinta-feira (27) o nome de um dos militares que teriam participado da tortura contra o ex-deputado federal Rubens Paiva, desaparecido em 1971, durante a ditadura militar. De acordo com o depoimento de uma testemunha, o então tenente Antônio Fernando Hughes de Carvalho, que já morreu, foi um dos torturadores.
O relatório da comissão informa que ele morreu depois de ser torturado pelos militares, como mostrou o Bom Dia Rio.
A comissão chegou até o nome após ouvir uma testemunha, que não teve o nome revelado. Ele foi chamado de agente Y. No depoimento, ele afirma ter visto o tenente Hughes pressionar o ex-deputado contra uma parede.
De acordo com o relatório, a mais nova prova é o depoimento de um militar que trabalhava no Destacamento de Operações de Informações (DOI), na Tijuca, Zona Norte do Rio.
A comissão ainda não conseguiu esclarecer que destino foi dado ao corpo de Rubens Paiva mas tem o nome de uma pessoa que poderá informar onde estão os restos mortais do ex-deputado.
Segundo a comissão, a testemunha-chave é o general reformado, José Antônio Nogueira Belham, que hoje mora em Brasília.
De acordo com depoimento obtido pela comissão, Belham estava no Doi-Codi quando Rubens Paiva foi torturado. Ele prestou depoimento no ano passado e revelou que estava de férias na época. A comissão diz que o argumento não foi confirmado, já que no relatório estão recibos de pagamentos de diárias, com datas coincidentes com a prisão de Rubens Paiva. O general Belhan disse que não vai prestar novo depoimento.
Como vem fazendo quando o assunto são os trabalhos da comissão da verdade, o Exército informou que não vai se pronunciar sobre o assunto.
O Coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Dalmo Dallari, informou que eles vão pedir a colaboração da Câmara dos Deputados para tentar ouvir o general Belhan. " Nós vamos pedir a colaboração da Câmara dos deputados. E a Câmara dos Deputados tem um instrumento muito poderoso que a Comissão Parlamentar de Inquérito. Então, uma Comissão Parlamentar de Inquérito, uma CPI, de curta duração, pode nos ajudar a resolver esse mistério definitivamente", revelou.
Fonte: G1
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