Condenados pela justiça podem ganhar presidência da Câmara de Natal. Enquanto isso, TJ não dá prazo para julgar o recurso impetrado pelos réus do maior escândalo já desvendado no legislativo municipal
Em 2007, o Rio Grande do Norte parou para assistir a Operação Impacto, desencadeada pelo Ministério Público Estadual, com aval da Justiça, e denúncias da Procuradoria Geral do Município de Natal, para desvendar “esquema” com suspeitas fundamentadas em escutas telefônicas e provas documentais, de influência de empresários do setor imobiliário na votação de artigos do Plano Diretor da capital. Estes empresários teriam, segundo a acusação, comprado alguns vereadores. Quase sete anos depois, o caso não foi transitado em julgado de forma definitiva. Há apenas uma condenação em primeira instância. E os vereadores condenados nesta primeira etapa estão entre os favoritos para a eleição de presidente da Câmara Municipal de Natal, num processo eleitoral que é articulado fortemente nos bastidores.
Mesmo condenados, três vereadores continuam exercendo suas funções legislativas. Um deles, o vereador Júlio Protásio (PSB), está prestes a se tornar presidente da Câmara, numa eleição antecipada, com apoio do próprio prefeito Carlos Eduardo (que na época denunciou através da Procuradoria do Município o escândalo da compra de votos na votação do Plano Diretor) e também de vereadores classificados de a “nova geração” da política como Felipe Alves (PMDB) e Júlia Arruda (PSB), que teriam assegurado ao vereador “impactado” apoio para elegê-lo presidente. O presidente atual da Câmara, Albert Dickson (PROS), também estaria trabalhando pelo apoio a Júlio Protásio, porém já avalia o tamanho do desgaste que pode sofrer caso este plano seja concretizado.
Sabendo da articulação dos bastidores para antecipação da eleição da presidência da Câmara de Natal, a vereadora Eleika Bezerra ainda tentou, sem sucesso, moralizar o processo eleitoral. Ele queria apresentar uma emenda para proibir qualquer antecipação da eleição da mesa. Parlamentar de primeiro mandato, Eleika tem mantido uma postura invejável de moralidade dentro da casa legislativa, porém não conseguiu coletar as assinaturas suficientes para seu intento.
Sobre a Operação Impacto, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte também não informa nem dá prazo para julgamento do processo, que já se encontra há mais de um ano na casa, no gabinete do desembargador Francisco Saraiva Sobrinho. Este período não seria do que suficiente para a Justiça dar uma satisfação aos cidadãos natalenses sobre comprovação de culpa ou até inocência dos envolvidos? Em recente comunicado, o TJ RN revelou apenas que aguardava o julgamento de um recurso interposto no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por algumas partes envolvidas.
Fonte: jornaldehoje.com.br
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