terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Policiais militares pressionam Governo por Lei de Promoção

Praças da PM se reuniram em frente a Governadoria hoje pela manhã para protestar


Com faixas e cartazes, eles pediram atenção ao documento, que está nas mãos do Executivo desde fevereiro passado. Foto: Heracles Dantas
Com faixas e cartazes, eles pediram atenção ao documento, que está nas mãos do Executivo desde fevereiro passado. Foto: Heracles Dantas
Alessandra Bernardo
Repórter

Em mais uma tentativa de fazer com que o Governo do Estado envie o projeto que cria a Lei de Promoção de Praças no Rio Grande do Norte à Assembleia Legislativa, policiais e bombeiros militares se reuniram em frente ao prédio da Governadoria, no Centro Administrativo, hoje pela manhã. Com faixas e cartazes, eles pediram atenção ao documento, que está nas mãos do Executivo desde fevereiro passado, para que chegue a Assembleia Legislativa antes do recesso parlamentar de fim de ano, que começa já no próximo dia 13.
“O projeto está retido no Governo desde o início do ano, ma já vem sendo discutido desde 2011, ou seja, o Estado teve tempo suficiente para se preparar para a aprovação do projeto, mas até agora nada foi feito. Até mesmo o estudo de impacto financeiro que ficou de ser feito pela equipe governamental desde agosto passado, e que normalmente é feito em apenas um dia, só foi entregue ontem. Mais uma prova do desinteresse e pouco caso com que o projeto vem sendo tratado pelo governo estadual”, explicou o presidente da Associação de Subtenente e Sargentos da Polícia e Bombeiros Militares (ASSPMBM/RN), Eliabe Marques.
Ele disse que o Rio Grande do Norte é o único estado brasileiro que não tem o plano de carreira para os praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. A lei dá aos militares a oportunidade de ascender funcionalmente, o que beneficiará mais de seis mil profissionais em todo o Estado. Eliabe afirmou ainda que faz 16 anos que não há seleção de sargento para a PM e Bombeiros e já se vão 13 temporadas sem concurso para cabos em ambas as corporações.
Segundo o presidente da Associação de Cabos e Soldados do Rio Grande do Norte (ACS-PM/RN), Roberto Campos, os militares ficarão acampados em frente à Governadoria até que a governadora Rosalba Ciarlini dê uma resposta positiva à reivindicação. “Somos trabalhadores e só estamos pedindo o que é justo, porque atuamos em defesa da sociedade, colocando as nossas vidas em risco diariamente, sem nenhum tipo de perspectiva de progressão profissional”, disse.
Riscos reais
Além da progressão profissional que é desejada pelos praças militares, eles também reivindicam melhores condições de trabalho, para que possam oferecer à sociedade um serviço de melhor qualidade. Para Eliabe Marques, a Lei de Promoção de Praças é uma oportunidade não apenas de oferecer dignidade e incentivo aos militares potiguares, mas também de corrigir distorções que fazem com que muitos soldados se aposentem, ou entrem na reserva, com 30 anos de serviço sem nenhum tipo de progressão profissional.
“Além disso, também sofremos com as precárias condições de trabalho, como viaturas em desacordo com o Código de Trânsito, com pneus carecas, luzes sinalizadoras em má conservação ou funcionamento, cintos irregulares e motoristas sem o curso de condução de veículos de emergência, que é essencial para a segurança não apenas da equipe policial, mas também das pessoas com quem ela cruzar durante uma ação policial, como uma perseguição”.
Eliabe lembrou que essa deficiência pode ser sentida em várias oportunidades e, recentemente, uma viatura capotou durante uma perseguição pelas ruas de Natal por causa dos pneus irregulares, gastos além da conta. “Tudo isso potencializa os perigos que já sofremos diariamente durante o nosso trabalho, que já é de alto risco. Ainda assim, mesmo arriscando as nossas vidas, continuamos nas ruas defendendo a sociedade da criminalidade, apesar de sabermos que os bandidos estão melhor equipados que nós, policiais”, desabafou.

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