Após ser eliminada, Khrystal usou o Facebook para reclamar da música escolhida para ela, além de deixar claro que existe um "mexer de peças" da produção. Em contra partida, Ellen Oléria, vencedora da primeira edição, acredita que a decisão é do público e de ninguém mais
Uma das maiores audiências da televisão americana e inglesa, o “The Voice” não seria diferente no Brasil. Com 60% de crescimento no número de telespectadores, o horário nobre da televisão brasileira hoje é comandando às quintas-feiras pelo reality show, que vem dando o que falar na reta final.
Após a eliminação de Khrystal e Dom Paulinho Lima, favoritos ao prêmio, a já tradicional especulação de que o programa seria armado veio à tona. Assim como o “Big Brother Brasil”, também da Globo, a saída de alguém nem sempre é bem aceita pelos fãs, que usam as redes sociais e a ouvidoria da emissora para reclamar e duvidar da veracidade da atração.
O desgosto também vem dos participantes eliminados, como foi o caso da cantora do Rio Grande do Norte, que usou o Facebook para desabafar e declarar que o programa é manipulado. “Quando a base (da música) chegou no meu e-mail um dia antes de viajar, eu já sabia que era para me tirar. Depois de cantar ‘A Carne’, o que danado eu ia fazer com ‘Lamento Sertanejo’? Uma música belíssima, mas triste para danado para aquela ocasião. Quem ‘mexeu na peça’ e me impôs a canção sabia o que estava fazendo, e senti o cheiro foi na hora. Comentei com todos de minha intimidade que eu já estava fora. Ficou evidente para mim, mas eu tentei fazer o meu melhor, que não foi suficiente pra continuar”, escreveu ela após agradecer e elogiar muito sua técnica Claudia Leitte.
Já sobre a eliminação de Dom Paulinho Lima, que rendeu vaias da plateia a Lulu Santos, o técnico diz entender a revolta dos fãs após escolher Luana Camarah. ”Se escolhesse Paulinho, os partidários de Luana iriam se revoltar e gritar igualmente e em maior número, seu percentual final foi maior. Este é um jogo de eliminação, quem não percebe isto não sabe jogar. Se comportar como as torcidas de Vasco e Atlético-PR apenas nos diminui.”
Ellen Oléria, vencedora da primeira edição do “The Voice” não nega que haja alguma manipulação, mas reconhece em sua própria vitória, que o prêmio foi uma surpresa, e que o jogo é do público e de mais ninguém. “O conceito de manipulação só é pensado negativamente, mas tudo é manipulado. O público nos manipula, porque é ele quem diz que vai ficar, a roupa manipula, porque pode ressaltar meus olhos na apresentação, os técnicos têm seus critérios e devem ser respeitados. O fato é que o programa é uma mostra seletiva e competitiva, onde só uma vai ser vitoriosa. Todo mundo sabe que todas as outras pessoas em algum momento vão ser eliminadas. Na minha época, eu não conhecia ninguém dentro da Rede Globo, não tive nenhum amigo que me colocou lá dentro, nem nenhum dote especial que me colocasse em vantagem. E foi uma surpresa ganhar, porque sou um foco hegemônico. Eu sou uma contra cultura total. Sou negra, gorda e lésbica. Espero que o jogo não tenha sido manipulado, porque perde a graça.”
Já sobre as declarações de Khrystal, Ellen é categórica. “Quando eu entrei no processo, brinquei que se colocassem para cantar viola, eu diria que seria moda de viola desde criança. Se me propus, faria da melhor forma possível. Cada cantor tem sua popularidade, não acredito em interpretação. Acredito que a gente atualiza um discurso, e não é todo dia que a gente está bem para dar essa atualizada. Khrystal é uma cantora maravilhosa e tenho certeza de que assim como eu, se sentiu honrada de pisar naquele palco.”
Procurada para repercutir o desabafo de Khrystal, a Globo não se manifestou.
Armado ou não, o certo é que todo mundo ama e odeia ao mesmo tempo um reality show. No próximo dia 26, quando será realizada a grande final, devem surgir novas críticas e especulações sobre os critérios dos técnicos e do programa.
Fonte: jornaldehoje.com.br
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