Casa Militar assegurou esquema especial nesta sexta-feira (8), na capital.
Restos mortais de João Goulart serão exumados na próxima quarta (13).
O governo do Rio Grande do Sul garantiu nesta sexta-feira (8) que vai utilizar um esquema de segurança “diferenciado” durante a exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart, em São Borja, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul.
O procedimento será realizado na próxima quarta-feira (13). Somente os peritos terão acesso ao jazigo do Cemitério Jardim da Paz, onde o ex-presidente está enterrado.
"No dia 13, especificamente o dia dos atos de exumação, teremos um aparato de segurança diferenciado em toda a área do cemitério”, assegurou o secretário-chefe da Casa Militar, coronel Oscar Luís Moiano.
Depois do procedimento, o corpo de Jango será levado a Santa Maria, de onde sairá na quinta-feira (14) rumo a Brasília. As análises serão realizadas no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal. Amostras serão enviadas a laboratórios estrangeiros.
No dia 5 de dezembro, o corpo de Jango voltará ao Rio Grande do Sul e será recebido no Palácio Piratini, em Porto Alegre, pelo governador Tarso Genro. No dia seguinte, data que marca os 37 anos da morte do ex-presidente, será levado de volta a São Borja.
A exumação deve apurar a suspeita de que Jango tenha sido morto por envenenamento, durante exílio na Argentina, em 1976, o que contraria a versão oficial de que ele foi vítima de um ataque cardíaco. Conforme esta suspeita, uma cápsula foi colocada no frasco de medicamentos que o presidente deposto no golpe militar de 1964 tomava regularmente para combater problemas no coração.Christopher Goulart, neto e advogado da família, diz que não tem dúvidas de que o avô foi assassinado durante a ditadura. "Existem fortes indícios de assassinato do presidente João Goulart. A exumação é um dos caminhos, uma das linhas de contribuição investigativa. Outras linhas também existem, e nós estamos trabalhando”, afirmou.
O plano para a morte do ex-presidente teria sido executado por agentes da ditadura uruguaia durante a Operação Condor (uma aliança entre as ditaduras militares da América do Sul nos anos 1970 para perseguir opositores dos regimes), a pedido do governo militar brasileiro. Os militares suspeitavam que Jango estivesse planejando sua volta ao Brasil por ter recuperado seus direitos políticos.
Fonte: g1.globo.com
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