domingo, 20 de outubro de 2013

Diretório do PT em PE decide entregar cargos no estado e no Recife

Legenda também anunciou saída da Prefeitura de Paulista, Grande Recife.
Desentendimentos entre grupos marcaram reunião neste domingo (20).



Presidente estadual do PT, Pedro Eugênio, comandou encontro na Zona Sul do Recife (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Presidente estadual do PT, Pedro Eugênio, comandou
reunião na Zona Sul do Recife neste domingo
(Foto: Katherine Coutinho / G1)
O Diretório do Partido dos Trabalhadores (PT) em Pernambuco anunciou, neste domingo (20), que vai entregar oficialmente os cargos que detém no governo do estado e nas prefeituras do Recife e de Paulista, na Região Metropolitana da capital. O presidente estadual do PT, Pedro Eugênio, divulgou a informação em coletiva após reunião do diretório, na Zona Sul da capital. Cinco correntes do PT já haviam anunciado que entregariam os cargos no governo estadual há uma semana. As gestões de Pernambuco e do Recife são do Partido Socialista Brasileiro (PSB), presidido por Eduardo Campos, provável candidato ao Planalto nas eleições de 2014. O município de Paulista também é comandado pelo socialista Júnior Matuto.

O presidente estadual do PT afirmou que ainda não tem data exata da saída, mas que a decisão é de que militantes e dirigentes entreguem os cargos 'imediatamente'. "Aqui se tomou uma decisão política. Amanhã [segunda-feira] vou pedir audiência ao governador para formalizar isso [a saída do governo]. [...] Não há porque estabelecer uma data, mas a decisão é de entregar e temos que ter essa compreensão", apontou Pedro Eugênio, ressaltando que o partido compreende que é necessário um tempo para organizar a saída, mas que vai estar atento para possíveis descumprimentos da decisão - que podem acarretar inclusive expulsão da legenda.

A saída do PT de outros governos municipais no estado vai ser analisada caso a caso, a partir dos diretórios locais. O indicativo é para analisar se a aliança continua ou não diante do novo cenário político. "No Espírito Santo, o Renato Casagrande [governador do estado] tem uma boa relação com o PT", lembrou Pedro Eugênio.


Candidato próprio
A posição do partido quanto ao governo do PSB em Pernambuco, a partir da saída, é de independência, segundo o presidente. "Nós vamos ter uma discussão com nossos colegas parlamentares, mostrando a nossa postura deve ser uma postura crítica e de independência. Dizer que estamos rompidos não foi objeto de discussão, não discutimos esse ponto. Eu acho que temos seguir uma posição de independência estando muito atento àquilo que está acontecendo na cena política estadual e nacional", destacou.

Outro ponto defendido pelo diretório é a defesa do legado do partido no estado e também a construção de um palanque forte para garantir a reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014. Pedro Eugênio afirmou que o partido está em fase de análise das possibilidades, mas que não descarta a possiblidade de ter um candidato próprio ao governo estadual no próximo pleito.

Candidato à presidência estadual do PT, Bruno Ribeiro ressaltou que, desde a saída do PSB do governo federal, o discurso adotado tem sido de críticas dos socialistas à gestão petista, fora a perda de políticos do quadro do partido no estado, como Isaltino Nascimento, que migrou para o PSB. "Não cabia mais a discussão de entregar cargo, mas de tomada de decisões políticas. [...] Pernambuco está sendo um costureiro do que há mais de anti-petista no Brasil. De lá para cá, essa estratégia [contra o PT] avançou, houve uma ofensiva para retirar cargos do PT", ressaltou.


Deputada Teresa Leitão e aliados deixaram a reunião antes da votação, reclamando de falta de diálogo (Foto: Katherine Coutinho / G1)


Deputada Teresa Leitão e aliados deixaram a reunião antes
da votação, reclamando de falta de diálogo
(Foto: Katherine Coutinho / G1)
Desentendimentos
A reunião do diretório foi marcada também por desentendimentos entre dois grupos do partido no estado. A deputada Teresa Leitão e seus aliados deixaram a reunião antes da votação, reclamando falta de diálogo e afirmando ainda que não é contra a entrega dos cargos, mas discordava da forma como a situação vinha sendo conduzida. "Alguns fizeram em uma entrevista coletiva de forças, nós não queríamos fazer assim, queríamos fazer isso por dentro do partido e, para isso, nos submetemos à burocracia do partido, A minha visão de ocupação de cargo é o alinhamento com um projeto, é um trabalho com o projeto, trabalho estratégico. [...] Então, não quero debater esse negócio de cargo do jeito que está sendo feito aí, de entrega ou não entrega. Esse é um falso debate", explicou.

Apesar das discordâncias e da deputada Teresa Leitão afirmar que o futuro do PT em Pernambuco pode estar marcado por brigas, o atual presidente do partido descarta enfraquecimento do palanque para Dilma devido aos problemas locais. "Há disputa de segmentos do partido, de tendências, disputas políticas, mas é uma coisa muito mais forte que é o nosso projeto político que vem mudando o país. São coisas de forma, no conteúdo a decisão é unânime no partido. Temos uma força política que supera essas forças que estão aqui", conclui o presidente.

O senador Humberto Costa e deputado federal João Paulo não participaram da reunião por não integrarem o diretório estadual, apenas os 'diretorianos' puderam participar.

Fonte: g1.globo.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário