sábado, 13 de abril de 2013

Sucessor herdará Venezuela menos pobre, mas insegura e inflacionada


Desafios para o próximo presidente são enormes, segundo analistas.
Eleição que elegerá próximo presidente ocorrerá neste domingo (14).


Com uma economia em colapso, uma das mais altas taxas de criminalidade do mundo e grande endividamento público, aVenezuela bolivariana pós-Hugo Chavez será um grande desafio para o vencedor das eleições do próximo domingo (14). Com a morte do líder que governou o país por 14 anos e transformou desde a moeda até o fuso horário da nação, caberá ao próximo presidente resolver problemas urgentes - embora em um país menos pobre, legado mais precioso do chavismo.
Após anos embarcada no "boom" petroleiro iniciado por Chávez - "boom" que financiou boa parte de seus projetos sociais, que beneficiam quase 30% da população -, a economia venezuelana enfrenta defasagem na produção, escassez generalizada, a maior inflação latino-americana (de acordo com dados oficiais: 20,1%, em 2012) e alto endividamento público - déficit de 15% do PIB.
“O novo presidente vai encontrar um país que, para [ele] ganhar a eleição de outubro - e agora outra -, tirou dinheiro de onde podia [...] e agora estamos com alta inflação, escassez e baixa produção das indústrias em particular da petrolífera”, explica o analista político venezuelano Sadio Garavini di Turno.
Segundo prevê Sadio di Turno, "“[o governo] do chavismo sem Chávez não terá o carisma do grande chefe, nem a vontade de poder que ele tinha, nem a energia vital do caudilho e está condenado, antes ou depois, a perder força e unidade”.Por muitos anos, a impaciência dos venezuelanos com problemas como a violência, as quedas de energia e a parca infraestrutura não prejudicou a popularidade de Chávez - muito por causa do status quase religioso de que gozava entre seus partidários. Mas, com Maduro, pode não ser assim.
Nicolas Maduro cumprimenta partidários em campanha em Cabimas, nesta quinta (11) (Foto: AP)Nicolás Maduro cumprimenta partidários em campanha em Cabimas, nesta quinta (11) (Foto: AP)
Violência
“Temos 46 assassinatos por dia, o que nos faz ser um dos países mais violentos do mundo. Isso é um tema que ambos os candidatos Capriles e Maduro tocaram nas campanhas", disse em entrevista ao G1 o cientista político Oscar Reyes.

Momentos depois de ter se registrado para concorrer na eleição, Nicolás Maduro prometeu ir a pé, desarmado, para as favelas mais perigosas de Caracas e pedir às gangues para baixar as armas. O governo venezuelano admite que o país sofre com a alta taxa de crimes violentos. Mas acusa a oposição de exagerar o problema e de alimentar temores para manchar a imagem da "revolução" socialista de Chávez.
No meio da campanha, em 2 de abril, Capriles liderou uma passeata em Caracas contra a violência.
Fonte: g1.globo.com

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