domingo, 21 de abril de 2013

Os doutores do clássico ABC x América

O grau acadêmico de doutor é o grau mais elevado dos sistemas de ensino superior. No Brasil, convencionou-se que todo médico é doutor. No popular, doutor é aquele que sabe tudo sobre determinado assunto. No clássico de hoje entre ABC e América, às 17h, no Frasqueirão, tudo isso estará reunido nas pessoas de Roberto Vital e Maeterlink Rêgo, médicos de ABC e América, respectivamente, e que, de longe, em campo, são os que mais vivenciaram o maior embate do futebol potiguar.

Maeterlink Rêgo começou no América em 1971, ainda como estudante de medicina e de lá para cá, ficou afastado do clube apenas 10 meses, no ano 2000, depois de um desentendimento com o presidente alvirrubro na época, Jerônimo Melo. “Foi um momento triste na minha vida, já que fiquei sem ir até aos jogos, de desgosto com o que aconteceu comigo. Tomei a decisão mais extrema da minha vida no América, já que tive que colocar o clube na Justiça,por tudo que aconteceu. Foi complicado”, relembra Maeterlink.

Mais novo, mas não menos experiente no que diz respeito ao clássico-Rei, Roberto Vital, hoje médico do ABC, começou no futebol justamente no maior rival do alvinegro, levado por Maeterlink Rêgo. Isso no final da década de 70 e início dos anos 80. “Foi ele que me levou para o América e de lá fui para o Alecrim, onde fiquei sete anos e conquistei dois títulos estaduais com o time alecrinense. Só depois, em 1988 que cheguei ao ABC e não saí mais”, disse Vital.
Edu Barboza
Maeterlink Rêgo, médico do América, participa dos duelos desde 1971 e coleciona histórias. Roberto Vital, hoje no ABC, começou no rival alvirrubro no final da década de 70 e está no alvinegro desde 88


Maeterlink Rêgo, médico do América, participa dos duelos desde 1971 e coleciona histórias. Roberto Vital, hoje no ABC, começou no rival alvirrubro no final da década de 70 e está no alvinegro desde 88

Com tanta vivência em clássicos, os médicos acumulam várias histórias envolvendo ABC e América. Mesmo com mais de 40 anos de rivalidade, Maeterlink ainda se lembra da primeira vez que trabalho em um jogo envolvendo os maiores clubes do Rio Grande do Norte. “Foi no meu primeiro ano de América, em 1971 e acabamos perdendo por 1x0, com uma falha gritante do nosso goleiro, Pompéia”, se recorda o médico americano.

Já Roberto Vital não se recorda do seu primeiro clássico contra o América e nem de quantos presenciou como médico do ABC. Mas, de acordo com ele, deve ter mais vitórias do que derrotas para o seu maior rival. O mesmo discurso é usado por Maeterlink Rêgo, que afirma ter comemorado mais vitórias do que ter ficado triste com derrotas.

Apesar das diferenças entre quem venceu mais os clássicos, os dois médicos são unânimes em revelar com jogo foi o mais emocionante nesses longos anos defendendo tanto ABC, quanto América: a decisão do segundo turno do Estadual de 1993. Naquele 18 de junho, o alvinegro precisa vencer a partida no tempo normal, para levar o jogo para a prorrogação e também vencer, para obrigar a disputa de um terceiro turno e impedir o América, que naquela ocasião, fosse campeão. 

“Fui campeão muitas vezes com o ABC, mas aquela decisão foi diferente, já que tudo estava contra o nosso time e graças a um gol de Sérgio China no final da prorrogação, conseguimos impedir o título do América e acabamos campeões. Foi um jogo muito nervoso, tenso”, afirma Vital.

Para o médico americano, o clássico que marcou, de forma positiva, foi em 1975. O América venceu o ABC por 3x1 e foi campeão estadual. “Foi uma decisão que me marcou por ter sido meu primeiro título depois que cheguei ao América. Foi inesquecível”, revela.

Como não poderia deixar de ser, para o clássico de hoje, os médicos dão seus palpites para o placar. “Pelos problemas que o ABC vem atravessando, uma vitória de meio a zero já basta”, prevê Vital.

“O importante é vencer, mesmo jogando na casa do adversário. Estamos na briga pelo bicampeonato e temos que derrotar qualquer adversário”, finaliza o médico americano.

Ficha Técnica

ABC: Rafael; Vinícius, Leandro Cardoso e Lino; Renato, Bileu, Leandro Santos, Júnior Xuxa e Marcílio; Júnior e Rodrigo Silva (Jean Carioca).
Técnico: Paulo Porto.

América: Dida; Norberto, Índio, Edson Rocha e Renatinho ; Ricardo Baiano, Daniel, Fabinho e Netinho; Cascata e Itamar.
Técnico: Roberto Fernandes

Estádio: Frasqueirão, Natal/RN
Horário: 17h
Árbitro: Heber Roberto Lopes (Fifa/SC)
Assistentes: Flávio Gomes Barroca  e Adeílma Luzia da Silva (ambos do RN)

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