Regime norte-coreano reitera possibilidade de 'guerra termonuclear'.
Funcionários de embaixadas foram orientados a deixarem o país.
A Coreia do Norte recomendou nesta terça-feira (9) aos estrangeiros que vivem na vizinha e rival Coreia do Sul que preparem planos de retirada, informou a agência estatal norte-coreana KCNA.
A advertência foi feita por um porta-voz do Comitê da Paz da Ásia-Pacífico da Coreia do Norte que assegurou que o regime "não quer ver os estrangeiros da Coreia do Sul afetados em caso de guerra".
O regime de Kim Jong-un já havia aconselhado na sexta-feira (5) passada os funcionários das embaixadas estrangeiras em Pyongyang a abandonarem o país antes do dia 10 por conta da possibilidade de uma guerra iminente na região, afirmando que não poderia mais garantir a sua segurança.
O porta-voz norte-coreano recomendou aos residentes estrangeiros do país vizinho que "conheçam de antemão onde podem refugiar-se, assim como examinem os planos de evacuação para abandonar o país".
Além disso, o regime do polêmico ditador Kim Jong-un fechou o complexo Industrial binacional de Kaesong, localizado na fronteira entre os dois países."A península coreana se dirige para uma guerra termonuclear", afirmou o Comitê Norte-Coreano para a Paz na Ásia Pacífico em um comunicado divulgado pela KCNA.
No entanto, as sedes diplomáticas de países estrangeiros na Coreia do Norte decidiram manter seus membros na capital norte-coreana por não considerar que exista risco de guerra a curto prazo.
Há várias semanas, a Coreia do Norte faz ameaças de guerra nuclear como resposta às sanções da ONU por um novo teste nuclear do país em fevereiro e pelas manobras militares que Estados Unidos e Coreia do Sul executam na península.
Uma fonte do governo sul-coreano confirmou na sexta-feira passada que a Coreia do Norte transportou de trem, no início da semana passada, dois mísseis Musudan de médio alcance para a costa leste do país, onde foram instalados em veículos equipados com dispositivo de tiro.
O Musudan tem alcance de 3.000 quilômetros, uma capacidade de atingir a Coreia do Sul ou Japão. Se transportar uma carga leve, pode alcançar 4.000 quilômetros e, em tese, chegar a Guam, uma ilha do Pacífico a 3.380 quilômetros da Coreia do Norte, onde estão 6.000 soldados americanos.
O Japão informou nesta terça-feira que posicionou mísseis Patriot no centro de Tóquio para enfrentar qualquer disparo que ameace o país. Outras baterias antimísseis também serão instaladas na ilha de Okinawa, no suu.
A China, poderoso aliado da Coreia do Norte - que também votou a favor das sanções contra o regime norte-coreano - pediu nos últimos dias o fim da escalada de tensões na península.
A Casa Branca saudou os esforços de Pequim e Moscou.
Obstinada em uma escalada verbal e militar que ninguém sabe até onde pode chegar, por conta da imprevisibilidade do jovem ditador Kim Jong-un, Pyongyang retirou 53 mil norte-coreanos que trabalham no polo industrial binacional de Kaesong.
O complexo industrial fica na Coreia do Norte, a 10 quilômetros da fronteira com o Sul.
Desde quarta-feira, o Norte proíbe o acesso a Kaesong dos funcionários sul-coreanos e dos caminhões de abastecimento. Treze das 123 empresas sul-coreanas presentes no polo interromperam a produção por falta de matérias-primas.
Importante fonte de divisas estrangeiras para a Coreia do Norte, Kaesong sempre permaneceu aberto, apesar das repetidas crises na península, com exceção de apenas um dia, em 2009. Na ocasião, Pyongyang bloqueou o acesso para protestar contra as manobras militares conjuntas entre Estados Unidos e Coreia do Sul.
Fonte: g1.globo.com
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