Tensão militar cresce na região da Península Coreana.
Decisão teria ocorrido em reunião de emergência, segundo agência oficial.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, ordenou que as unidades de foguetes de seu país ficassem prontas para atacar bases militares dos EUA na Coréia do Sul e no Pacífico em uma reunião de emergência ocorrida quinta-feira (26) depois que os Estados Unidos realizou bombardeiros de treinamento, em uma demonstração de força a Pyongyang.
A agência oficial norte-coreana, a KCNA, informou que o líder deu as ordens em uma reunião de generais sêniors à meia-noite (horário local) e "julgou que chegou a hora de acertar as contas com os imperialistas norte-americanos, tendo em vista a situação vigente."
"Ele finalmente assegurou o plano de preparação técnica de foguetes estratégicos do KPA (Comando Supremo do Exército Popular Coreano), ordenando-lhes que se espere o fogo, de modo que eles possam atacar a qualquer momento o continente americano, suas bases militares de operações no Pacífico, incluindo Havaí e Guam, e aquelas na Coréia do Sul."
Aviões invisíveis
Os Estados Unidos realizaram nesta quinta exercícios com dois aviões "invisíveis" sobre a Coreia do Sul, em mais uma demonstração de força para a Coreia do Norte depois de realizar atividade semelhante com um bombardeiro B52 nesta semana, em um momento de tensão elevada na região.
Os voos ocorreram depois de Pyongyang dizer que iria atacar bases norte-americanas no Pacífico, em reação a proposta de Washington para impor sanções como punição à Coreia do Norte por ter feito um terceiro teste de armas atômicas.
O Norte também ameaçou realizar ataques nucleares contra o território dos EUA, além de ações de guerra contra a Coreia do Sul.
Os aviões do tipo Stealth ("furtivos") são indetectáveis por radares. Em nota, a Força Aérea dos EUA na Coreia disse que a missão envolveu dois bombardeiros modelo B-2 Spirit, vinculados à 509a Esquadra de Bombas.
"Essa missão... demonstra a capacidade dos Estados Unidos para conduzir ataques de precisão de longo alcance e precisa, de forma rápida e quando desejarem", disse a nota.
Também na quinta-feira, o secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, afirmou que as ações provocativas e o tom beligerante da Coreia do Norte "intensificam o perigo" na região. Mas ele negou que o uso dos bombardeiros "invisíveis" tenha agravado a situação.
"Devemos levar a sério cada palavra e ação provocativa e belicosa que esse novo jovem líder adotou até agora", disse Hagel em entrevista coletiva no Pentágono, referindo-se ao dirigente comunista Kim Jong-un.
A Coreia do Norte colocou suas Forças Armadas de prontidão para enfrentar exercícios militares "hostis" dos EUA e da Coreia do Sul. Washington diz que tais exercícios anuais têm caráter defensivo.
Pyongyang também disse que irá desconsiderar o armistício que encerrou a Guerra da Coreia (1950-53), e que interromperia todos os contatos com as forças dos EUA, com a ONU e com a Coreia do Sul.
Militares dos EUA disseram que seus bombardeiros decolaram de bases do Missouri e voaram até o local onde simularam um bombardeio, como parte do exercício militar chamado Filhote de Águia, realizado em conjunto com a Coreia do Sul.
Em 15 de março, os militares dos EUA anunciaram que iriam reforçar suas defesas antimísseis em resposta às ameaças norte-coreanas.
Fonte: g1.globo.com
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