terça-feira, 5 de março de 2013

Cúpula militar jura lealdade a Maduro após morte de Chávez na Venezuela


Chefes militares foram ao vivo à TV jurar lealdade a Maduro.
Presidente morreu aos 58 anos em hospital militar em Caracas


Os chefes militares da Venezuela apareceram na TV estatal da Venezuela nesta terça-feira (5) para jurar lealdade ao vice-presidente Nicolás Maduro, pouco após o anúncio da morte do presidente Hugo Chávez.
Ele prometeram cumprir a Constituição e a "vontade de Chávez".
"Estamos coesos para cumprir e fazer cumprir os preceitos constitucionais e a vontade do nosso líder comandante em chefe Hugo Rafael Chávez Frías", disse o ministro da Defesa, Diego Molero.
O ministro também expressou em nome das Forças Armadas seu apoio ao vice-presidenteNicolás Maduro, ao presidente do Parlamento, Diosdado Cabello, e a todos os demais poderes do Estado.
"Você podem com Forças Armadas do povo para o povo, com todos os seus homens e mulheres dispostos da dar tudo de si para cumprir a Constituição", disse o ministro, assegurando que o exército marcará presença em todo o território venezuelano para "garantir a segurança e a soberania" do país.
O ministro da defesa da Venezuela, Diego Molero, durante discurso que sucedeu o anúncio da morte do presidente do país, Hugo Chávez, nesta terça-feira (5) (Foto: Telesur/AFP)O ministro da defesa da Venezuela, Diego Molero, durante discurso que sucedeu o anúncio da morte do presidente do país, Hugo Chávez, nesta terça-feira (5) (Foto: Telesur/AFP)
O anúncio ocorreu após o vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro, convocar as forças armadas e a polícia para garantir a paz na Venezuela.
"Estamos determinando uma mobilização especial da Força Armada Nacional Bolivariana e da Polícia Nacional Bolivariana neste momento para acompanhar e proteger o nosso povo e garantir a paz", disse Maduro em rede nacional de TV.
Chávez morreu aos 58 anos de idade após lutar contra um câncer diagnosticado em junho de 2011 que tentou praticamente exclusivamente em Cuba.
Mais cedo, Maduro, herdeiro político e possível sucessor de Chávez, havia denunciado uma "conspiração" contra o regime e acusado funcionários diplomáticos americanos de participação nela.
Ele anunciou que um adido militar dos EUA foi expulso do país por "conspirar contra o regime".
Chávez lutava contra um câncer desde junho de 2011 e, após realizar um tratamento em Cuba contra a doença, havia voltado ao país natal em fevereiro deste ano.
Ele foi um dos mais destacados e controversos líderes da América Latina. Desde que assumiu o comando da Venezuela, em 1999, o militar da reserva promoveu mudanças à esquerda, na política e na economia.
Ele nacionalizou empresas privadas, atribuiu ao Estado atividades essenciais, além de mudar a Constituição, o nome, a bandeira e até o fuso horário do país (1h30 a menos que o horário de Brasília).
Chavez  foi reeleito pela primeira vez em 2006, com mais de 62% dos votos, e 
novamente em 2012
 com 54%.






Histórico no poder
Ele tentou chegar ao poder pela primeira vez em 1992 através de uma tentativa fracassada de golpe de Estado, que fez com que fosse preso.
Em 2002, já no comando do país, sofreu um golpe de Estado que o tirou do poder por quase 48 horas. Foi restituído por militares leais, com a mobilização de milhares de seguidores.
Após tumultos e 19 mortes, o líder venezuelano foi restituído ao cargo por militares leais, com a mobilização de milhares de seguidores pelas ruas de Caracas.
Naquele mesmo ano, uma greve liderada por trabalhadores, empregadores e contratados da estatal de petróleo de Venezuela paralisou a indústria vital para o país. A greve prolongou-se até fevereiro de 2003 e derrubou a produção petrolífera, impactando com força a economia.
Em 2004, após violentos protestos da oposição que deixaram outros nove mortos, Chávez submeteu-se novamente a um referendo público que o confirmou no poder.
Reeleição em 2006
Em 2006, em nova eleição presidencial, ele obteve 62% dos votos contra o opositor Manuel Rosales. No novo mandato, Chávez declarou a transformação da Venezuela em um Estado socialista.

Durante este período, o militar reformado iniciava seu projeto de estatização da maioria das empresas venezuelanas, em setores cruciais como telecomunicações e eletricidade. Em maio de 2007, a Radio Caracas Television, emissora mais antiga da Venezuela, encerrou suas transmissões após não ter sua concessão renovada pelo governo.
Em 2010, Chávez sofreu sua primeira derrota nas urnas, em eleições legislativas. Apesar de ter obtido a maioria dos votos, seu partido não conseguiu dois terços da Assembleia Nacional venezuelana, objetivo necessário para facilitar a aprovação dos projetos do governo.
Com uma manobra política, no entanto, conseguiu aprovar um dispositivo que o permitiu governar por mais seis meses por decretos de emergência.
Reeleição em 2012
Em 7 de outubro, Chávez derrotou Henrique Capriles Radonski, mesmo com uma campanha limitada, e garantiu novo mandato, o quarto consecutivo, até 2019, prometendo "radicalizar" o programa socialista que vinha implantando no país.

O presidente teve cerca de 54% dos votos, contra 45% do oponente, e o comparecimento às urnas foi de quase 81%. Dilma disse na ocasião que a vitória foi um "processo democrático exemplar".
Durante a campanha, Chávez pediu a vitória para tornar "irreversível" o seu sistema socialista e acelerar o Estado comunista, algo que os críticos veem como uma nova manobra para concentrar mais poder em suas mãos. Ele não hesitou em falar em uma “ameaça de guerra civil” caso o rival ganhasse as eleições.
Capriles foi o primeiro adversário a ter chances reais de derrotar Hugo Chávez, ao capitalizar o descontentamento acumulado durante os mandatos do presidente. Em conversa com o G1 na época, ele disse que seguiria o modelo brasileiro caso fosse eleito.
Além de ser comandante-em-chefe das Forças Armadas e presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), com maioria na Assembleia Nacional, Hugo Chávez também controlava a mídia estatal.
Fonte: g1.globo.com




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