Trabalhar para que Aracaju se torne uma cidade mais moderna e mais eficiente na prestação dos serviços. Esse foi o tom do discurso de posse do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PCdoB), e da vice-prefeita Eliane Aquino (PT) neste domingo (1º de janeiro), durante cerimônia promovida pela Câmara de Vereadores da capital, no auditório do Tribunal de Justiça de Sergipe.
Por Valter Lima, para o Portal Vermelho
Janaína Santos
A solenidade, que reuniu centenas de pessoas, contou com a presença do governador Jackson Barreto (PMDB) e da presidenta nacional do PCdoB, deputada federal Luciana Santos, além de políticos, familiares e amigos.
“É com uma alegria indescritível que compareço aqui, com imensa responsabilidade de corresponder às esperanças e anseios não apenas dos 146.271 eleitores que decidiram confiar a mim, mais uma vez, o destino de Aracaju nos próximos quatro anos, mas de todos os cidadãos aracajuanos, sem distinção, que terão em mim o seu prefeito, o guardião dos deveres municipais e o zelador mais esforçado e apaixonado para servir ao povo desta cidade”, afirmou ele.
Para Edvaldo, o resultado da última eleição significou a vitória do “projeto que apontava o melhor caminho para o futuro da cidade, tendo como garantia o trabalho já realizado”. “Venceu a confiança na capacidade de trabalho de um grupo que já mostrou que sabe como fazer Aracaju avançar, e que tem um enorme patrimônio de realizações em nossa capital. Venceu a certeza do respeito à ética, e acima de tudo, a crença em quem reúne as melhores condições de mudar a nossa capital, na única direção que dá sentido e legitimidade às verdadeiras mudanças: o caminho da evolução, o caminho do futuro”, destacou.
Em seu discurso, o prefeito citou “o cenário conturbado que o país atravessa”, marcado pelas crises econômica, política e “quase institucional”. “É nesse contexto que salta aos olhos a eleição de uma chapa como a que compomos, eu e Eliane Aquino, aqui em Aracaju, que representa uma vitória em contraste com a onda conservadora que varreu o país nas últimas eleições, quando as forças progressistas sofreram um duro revés. Na contramão de um adverso cenário nacional, Aracaju mais uma vez dá provas de autonomia e vanguardismo ao resto do país e se ergue, ao lado do Rio Branco, como a única capital a eleger um prefeito e uma vice-prefeita situados no campo político da esquerda”, afirmou ele, sendo bastante aplaudido.
“Retrato do caos”
Ao descrever a situação atual da prefeitura de Aracaju, Edvaldo a definiu como o “retrato do caos”. “Há desgoverno, desorganização, bagunça e desmantelamento. Nos últimos quatro anos, as conquistas que nossa capital veio acumulando como legado de administrações operosas e transformadoras, como foram as de Jackson Barreto, Wellington Paixão, Almeida Lima, João Augusto Gama, Marcelo Déda e a minha, foram desmontadas, uma a uma. A cidade que dava orgulho a todos os sergipanos e chegou a merecer o título de Capital Brasileira da Qualidade de Vida, parou no tempo e regrediu”, disse.
Dito isso, ele reafirmou que “recuperar o patamar de qualidade na prestação dos serviços municipais que a cidade já havia alcançado vai exigir, sem sombra de dúvida, um gigantesco esforço”. “Os próximos meses serão muito difíceis para a Prefeitura”, frisou. “Temos pela frente uma série de desafios. Os primeiros, e mais urgentes, são a regularização do pagamento dos servidores e a normalização dos serviços prestados pela rede municipal de saúde. Não são desafios simples”, pontuou.
Ao fazer um diagnóstico das contas municipais, o prefeito voltou a denunciar que a gestão anterior deixou uma dívida que ultrapassa os R$ 500 milhões. “Assumo a Prefeitura sem que os funcionários tenham recebido o salário de dezembro e parte do décimo-terceiro, e enfrentando ainda uma folha inchada, que triplicou de tamanho em quatro anos. Tudo isso é agravado ainda mais pelo fato de que a situação de descalabro financeiro do município praticamente inviabiliza novos investimentos imediatos. Tomamos conhecimento que o montante de endividamento municipal gira em torno de R$ 500 milhões. Isso é quase um terço de todo o orçamento municipal aprovado para 2017. Por si só esse dado já descreve o nível de engessamento que o primeiro ano de minha gestão terá como herança da administração anterior”, ponderou.
Por isso, o novo chefe do Executivo Municipal reafirmou que irá tomar medidas duras “para tentar sanear as finanças da Prefeitura e restabelecer a normalidade administrativa”. “É inevitável o corte de cargos comissionados, a redução de despesas ao máximo, a intolerância com qualquer gasto que não seja extremamente necessário, a diminuição de estruturas administrativas e até mesmo o corte de serviços não essenciais ou não prioritários nessa etapa difícil que vamos atravessar e que será marcada por sacrifícios de toda equipe”, ressaltou.
Mesmo assim, Edvaldo se disse confiante na superação das dificuldades. “Fui eleito para enfrentar os problemas e buscar as soluções para os desafios. Foi para isso que o povo aracajuano me elegeu mais uma vez. Não quero e não vou ficar olhando para o passado ou me lamentando pelas adversidades. Por isso mesmo, quero reafirmar aqui os compromissos que assumi com o povo durante a campanha, a começar pela revogação do aumento do IPTU, que impõe à população um aumento progressivo de 30% anual até 2022. A Prefeitura enfrenta gravíssimas dificuldades administrativas, é verdade. É verdade também que precisamos aumentar a arrecadação e a eficiência tributária. Mas em nenhum momento vamos permitir que o povo de Aracaju pague injustamente esse preço. A situação calamitosa que a Prefeitura enfrenta vai exigir sacrifícios de todos. Mas sacrifícios que possamos realizar. Quero também reafirmar aqui meu compromisso de trabalhar e lutar para regularizar o pagamento dos salários dos servidores públicos”, afirmou.
Ao final do seu discurso, Edvaldo se emocionou ao agradecer aos familiares. Ele também agradeceu aos partidos aliados, às lideranças políticas e comunitárias e à militância. A transmissão do cargo a Edvaldo foi feita pelo ex-vice-prefeito José Carlos Machado (PSDB). O ex-prefeito João Alves Filho (DEM) não compareceu à solenidade. Edvaldo e Eliane foram empossados pelo presidente da Câmara, Josenito Vitale (PSD), para um mandato que se estenderá até o dia 31 de dezembro de 2020. Após a posse, eles fizeram a revista à tropa da Guarda Municipal e receberam os cumprimentos da população.
“Cuidar das pessoas”
Na mesma linha, a vice-prefeita Eliane Aquino se disse preparada para contribuir com o desenvolvimento da cidade, com foco em “cuidar das pessoas”. “As obras são importantes, mas as pessoas são mais importantes do que qualquer coisa. A dívida deixada é grande, mas iremos trabalhar muito para melhorar a vida das pessoas”, salientou.
O governador Jackson Barreto (PMDB) reconheceu que os novos gestores terão uma tarefa “muito difícil pela frente”, mas reafirmou sua confiança em Edvaldo e Eliane. “Eles são gestores com olhos e coração voltados para a periferia da nossa cidade”. “A palavra de ordem agora é trabalhar, arregaçar as mangas e compreender e superar as dificuldades”, disse.
A presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, destacou que a eleição de Edvaldo foi a “vitória mais expressiva que o partido conquistou no país”. “Fico feliz porque sei muito bem da capacidade, da competência política e da dedicação de Edvaldo. Ele está muito motivado. O PCdoB tem plena confiança em Edvaldo”, afirmou.
Fonte: www.vermelho.org.br/
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