Em entrevista à Rádio Jornal, nesta sexta-feira (7), Michel Temer (PMDB) disse que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que reduz os investimentos em Saúde e Educação, por exemplo, “é com vistas a recuperar as contas públicas".
Foto: Correio do Brasil
“Não podemos gastar mais do que recebemos”, disse ele, que acusa o governo da presidenta Dilma Rousseff pela crise nas contas. No entanto, para rebater as afirmações de que seu mandato não tem legitimidade, Temer afirma que, assim como Dilma, foi eleito e justamente o fato de ser vice-presidente ele teve o “direito” de assumir a Presidência da República.
Longe de ser o “vice-decorativo” que ele diz ter sido somente às vésperas da votação do impeachment, Temer e a cúpula do PMDB que se apossou da presidência, ocupavam diversos ministérios, sendo que Temer chegou a comandar a articulação política do governo após a sua reeleição, em 2014.
Mas na entrevista disse que o teto de gastos públicos deveria ter sido aprovado há muito tempo. “Pesquisas revelam que se isso fosse feito quatro ou cinco anos atrás teríamos déficit zero hoje no país”, afirmou Temer, que era vice do governo Dilma desde 2010.
Temer não contou que nenhuma medida proposta por Dilma ao Congresso foi aprovada graças as manobras do seu principal aliado no golpe: o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), então presidente da Câmara dos Deputados. Além das chamadas "pautas bombas", que aumentavam os gastos do governo, o Congresso não votou nenhum projeto durante três meses, deixando o país completamente paralisado na linha do quanto pior melhor.
Agindo como se tivesse assumindo agora o governo, Temer defendeu a campanha publicitária que lançou para criticar a gestão da presidenta Dilma, do qual ele fazia parte, mas disse que não está fazendo perseguição ao governo anterior. “Tenho horror a isso”, disse. A peça publicitária prega "tirar o país do vermelho", numa campanha do ódio contra o PT e demais partidos de esquerda.
Apesar de estar no governo há oito anos, Temer disse que tentou ajudar com o chamado “Uma Ponte para o Futuro”, um documento do PMDB lançado só em 2015, às vésperas da votação do impeachent. Esse é o projeto que Temer tenta implantar, incluindo medidas como privatização e reforma da Previdência e trabalhista. Vale lembrar que esse plano não foi o escolhido pelos 54 milhões de votos que Temer diz ser parte.
Aliás, sobre privatização, Temer disse que elas são necessárias. “Precisamos das privatizações e das PPPs porque o Estado não pode fazer tudo sozinho. Não temos preconceito, o que importa é o crescimento do país”, disse ele, afirmando que as primeiras privatizações serão dos “ativos da União que não forem necessários”.
Entre os desnecessários, está o pré-sal. A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (5) o projeto de lei que retira a obrigatoriedade da participação da Petrobras na exploração do petróleo do pré-sal.
Do Portal Vermelho, com informações de agências
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