Com pelo menos 16 senadores inscritos, após um intervalo de cerca de uma hora para o almoço, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que conduz os trabalhos no julgamento do processo da impeachment da presidenta Dilma Rousseff, retomou, por volta das 14h20, a oitiva do ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, arrolado como testemunha de defesa.
Agência Senado
Durante o decorrer do julgamento, Barbosa foi questionado inúmeras vezes pelos senadores que apoiam o golpe de Estado. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) tentou desconstruir os dados apresentados pelo ex-ministro da fazenda, Nelson Barbosa. “Não dá para justificar o injustificável”, disse Nunes, a respeito dos dados apresentados por Barbosa na Casa.
Em contrapartida, Barbosa afirmou, “continuarei sempre repetindo a verdade, na análise das contas de 2009, há um quadro que diversa sobre abertura de crédito adicional do orçamento fiscal da seguridade social, faz parte das contas de 2009, tem uma tabela, podem verificar. Eu não estou inventando, está na análise do Tribunal de Contas da União (TCU), continuarei dizendo a verdade aqui ou em qualquer outro lugar”, declarou.
Já o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), criticado por vários setores pelo seu apoio ao golpe, questionou Barbosa sobre como seria a política econômica do governo Dilma, caso ela regressasse à Presidência, e ouviu como resposta: “Sobre os rumos da política econômica, essa é uma pergunta que você deve dirigir à senhora presidenta da República, ela tem 54 milhões de votos para responder essa pergunta, eu não”, afirmou.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) analisou de forma positiva as declarações do ex-ministro. “A cada questionamento, Barbosa destrói os argumentos dos defensores do impeachment, não porque tem uma boa oratória, mas sim porque está do lado da razão. Nós seguiremos lutando contra as ameaças à democracia e aos direitos dos trabalhadores”, enfatiza.
O professor de Direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Ricardo Lodi Ribeiro será ouvido depois de Barbosa. Com ele, o ministro Ricardo Lewandowski encerra a fase de oitiva de testemunhas. Pelo fato ter atuado como assistente de perícia no processo, Lodi será ouvido na condição de informante. O pedido foi feito pelo advogado de defesa.
O julgamento será retomado às 9h de segunda-feira (29) com a presidenta Dilma Rousseff. Além de apresentar pessoalmente sua defesa aos 81 senadores, ela responderá a perguntas deles. Os senador Lindbergh Farias (PT-RJ) espera uma boa repercussão pública da sua defesa. “A presidenta mostrará ao povo que não cometeu crime algum e que está sendo vítima de uma injustiça de um grupo de parlamentares que quer barrar a Lava Jato e aplicar um programa que retira direitos do trabalhadores”, concluiu.
Fonte: Portal Vermelho
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