terça-feira, 5 de janeiro de 2016

98% dos municípios do RN têm bibliotecas públicas

O Ministério da Cultura lançou no fim de dezembro o novo cadastro de bibliotecas públicas e comunitárias do país. Os números indicam que apenas quatro dos 167 municípios potiguares não contam com espaços públicos para leitura. 
 
A cidade potiguar com o maior número de espaços públicos é Natal, com dois pontos cadastrados. Sendo que a Biblioteca Estadual Câmara Cascudo está fechada há dois anos para reforma. O NOVO tentou ouvir a Fundação José Augusto sobre a reabertura do espaço, mas não houve resposta sobre o assunto até o fechamento desta edição.
 
A outra unidades da capital, segundo o levantamento do Ministério da Cultura, é a Biblioteca Municipal Professor Esmeraldo Siqueira, localizada na sede da Fundação Capitania das Artes (Funcarte).
 
De acordo com o diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério, Volnei Canônica, o novo cadastro permitirá colocar os equipamentos em rede para troca de informações e experiências.
 
No Brasil, 112 das 5.570 das cidades não têm bibliotecas. Hoje, o Brasil dispõe de 6.701 bibliotecas públicas já cadastradas e em torno de três mil comunitárias.  “Agora, vamos começar uma campanha para que todas [as bibliotecas] se autodeclarem e se cadastrem, de modo a iniciarmos o mapeamento e o diálogo. Faremos um mapeamento online para podermos monitorar e a própria comunidade entrar e informar que a biblioteca não está mais aberta. Queremos fazer uma intervenção, conversar com o gestor público, para saber o que houve, a razão dessa biblioteca não está mais aberta”, diz. 
 
Segundo Canônica, o país não tem bibliotecas em número suficiente para atender a população. Ele destacou que a biblioteca é o principal equipamento cultural que o município deve ter e precisa ser preservado. “É o equipamento cultural que hoje chega ao maior número de pessoas. Não temos tantos museus quanto as bibliotecas. Também não temos tantas salas de cinema. Então, cortar recurso para as bibliotecas é realmente cortar o maior e, às vezes, o único equipamento cultural que aquele município dispõe.”
 
De acordo com o levantamento feito pelo Ministério da Educação, o Rio Grande do Norte dispõe de 162 municípios munidos de espaços públicos para leitura. No entanto, as cidades de Augusto Severo, Fernando Pedroza, Pedro Velho, Ruy Barboa e São Miguel não dispõem que qualquer pública para leitura.
 
Para Canônica, é preciso investimento e políticas públicas para melhorar a rede e alcançar todas as cidades. “O Ministério da Cultura, que coordena o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, dá as diretrizes para abertura das bibliotecas, orienta como tem de ser essa abertura, a formação, dialoga com o gestor público. Mas cabe a cada município e a cada estado a estrutura física do local, os funcionários para atuar nessa biblioteca, o bibliotecário”.
 
O diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Minc explicou que a modernização dos equipamentos vai muito além da infraestrutura. Segundo ele, é preciso modernizar também os projetos de incentivo à leitura.
 
“Um projeto mais arrojado, mais moderno, misturando linguagens para levar novos leitores à biblioteca é um projeto de modernização, assim como a biblioteca ter um espaço para dialogar com a comunidade. Modernização não é só ter equipamentos mais velozes, mais modernos, um software mais dinâmico. A modernização desses equipamentos culturais se dá por um novo olhar, um olhar mais protagonista, mais inaugural para as ações de promoção de leitura.”
 
Essa discussão ocorre no mundo todo e a tendência é de não negar o avanço tecnológico, mas incorporá-lo às bibliotecas.  “Você tem de lidar com essa realidade, em vez de negá-la, achando que os espaços como bibliotecas não podem ter outras janelas, outras portas e outros contatos, inclusive com o mundo digital”, reforça.
 
Ela acrescentou que as bibliotecas precisam ser repensadas.. “A vida de todos é tocada hoje por essa vastidão de informações que, muitas vezes, não leva a informação nenhuma. Se não tivermos esses espaços como tablets, computadores, jogos, teatro, cinema e artes visuais não conseguiremos chegar ao universo da literatura”, finaliza.
Fonte: novojornal.jor.br/

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