Após 73 dias, categoria decidiu que era o momento de voltar para a escola
O Estádio Durival de Britto, em Curitiba, voltou a lotar em uma assembleia dos(as) trabalhadores(as) em Educação Básica da rede estadual de ensino do Paraná. Cerca de 12 mil professores(as) e funcionários(as) de escola se reuniram, na manhã desta terça-feira (9), para realizar mais uma votação histórica. Dessa vez,70% votaram pela suspensão da greve, enquanto 30% votaram pela manutenção da paralisação. De acordo com a organização da atividade, a maioria presente, aproximadamente 8.500 educadores(as), veio de cidades da Região Metropolitana e da capital. O restante, veio em caravanas organizadas no interior do Estado.
Antes da votação, o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão, fez um retrospecto da luta nas últimas semanas. Além disso, ele também explicou – minuciosamente – a proposta enviada pelo governo com relação a reposição salarial (data base) e o documento, enviado na noite de segunda-feira (8), no qual o governo se comprometeu a não punir a categoria e nem a entidade. Foram feitas seis falas favoráveis ao fim da greve e seis falas contrárias. Vale lembrar que aassembleia é a instância soberana de deliberação do sindicato. E a decisão tomada é de maioria simples dos presentes.
Após uma luta hercúlea contra o governador Beto Richa, em uma greve que durou (somados os dois períodos) 73 dias, a categoria decidiu que era o momento de voltar para a escola. Conseguimos impedir o golpe fatal que acabaria com as nossas carreiras (o projeto enviado no início do ano) e o ataque ao pagamento do Piso Nacional Profissional Salarial (PSPN) no Paraná (através do Artigo 6º da proposta que o governo apresentou no final de maio). Com relação a previdência, a nossa também continua, mas, agora, na esfera do Poder Judiciário. Além disso, conseguimos dar fim, e este é um ganho para toda a sociedade, no ‘tratoraço’ na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
Com relação a proposta avaliada pela categoria para a reposição salarial (pensada pelos deputados, não pelo governo do Estado), sabemos que ela não é, nem de longe, o que queríamos. Mas decisão de voltar se deu por um componente que a nós, educadores(as), é fundamental: o andamento do ano letivo dos(as) nossos(as) estudantes. Se o governador Beto Richa não dá a mínima para isso, nós, sim, nos preocupamos. Agora, retornamos às escolas de cabeça erguida e cientes que protagonizamos uma luta exemplar. Que fomos inspiração para o Brasil. Conseguimos desmascarar este governo e os seus comparsas. Em 2018, acreditamos que esta lição ainda estará fresca na memória da sociedade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário