Graduação em medicina na UFRN de Caicó tem corte em 868,98 pontos.
Curso nasceu dentro de política de interiorização da universidade federal.
Curso foi criado há seis meses na região Seridó do Rio Grande do Norte (Foto: Cícero Oliveira/G1)
A atração de médicos para atender o interior é o foco do curso de medicina com a maior nota de corte do Brasil na primeira parcial do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), feita na madrugada desta terça-feira (20). A graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte(UFRN) no campus de Caicó, cidade da região Seridó, nasceu dentro da política de interiorização adotada pela instituição e quer priorizar alunos com raízes regionais.
Com 868,98 pontos como nota de corte, o curso ofertado no campus de Caicó ficou a frente das graduações de medicina da UFPA (858,13), UnB (826,54), UFRJ (821,64) e UFPR (821,53). As notas são para a modalidade de ampla concorrência. O Sisu usa, para fazer a seleção para as vagas, as notas obtidas pelos candidatos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014.
"É um dado que fortalece muito a proposta deste curso. Representa uma aceitação da oportunidade que está sendo dada para aqueles que querem estudar medicina sem precisar se deslocar para grandes cidades. Nosso programa é voltado para a inserção na comunidade e para atendimento da demanda regional", afirma o diretor da Escola de Ciências Médicas da UFRN em Caicó, George Dantas Azevedo.
Planejado desde 2012, o curso de medicina veio com a proposta da UFRN de criar cursos mais competitivos no interior. "Queremos atender uma demanda da comunidade e privilegiar alunos que tenham vínculos com a região. Com isso a possibilidade de permanência do profissional aqui aumenta", explica o diretor da Escola de Ciências Médicas.
Para atender a meta, a UFRN criou uma resolução em 2013 que estabelece um critério regional para incrementar as notas dos alunos da região. Os estudantes que realizaram o último ano do ensino fundamental e os três anos do ensino médio em microregiões próximas a Caicó ganham o argumento de inclusão.
"Vale para todos os cursos ofertados no interior. Inclui microrregiões do Rio Grande do Norte e também algumas da Paraíba. Não há prioridade para escola pública ou privada. O critério é regional", ressalta George Dantas, que acredita ter sido esse um dos fatores que influenciaram o ponto de corte alto do curso.
Sisu 2015
No total, são 205.514 vagas em 5.631 cursos de 128 instituições públicas de educação superior. As inscrições podem ser feitas às 23h39 desta quinta-feira no site sisu.mec.gov.br.
O curso de medicina com a menor nota de corte por enquanto é o da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), com 723,96 pontos. Entre as federais, é o da UFSJ, em São João Del Rei (MG), com 733,70 pontos.
A próxima atualização das notas de corte será às 2h desta quarta-feira (21).
As notas de corte são atualizadas todas as madrugadas no site do Sisu e podem mudar até o fim do prazo de inscrições. O resultado da primeira chamada regular será divulgado no dia 26 de janeiro. O prazo para participar da lista de espera começa no dia 26 de janeiro e vai até 6 de fevereiro.
O Sisu é um sistema dinâmico que utiliza a nota que o candidato obteve no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Por isso, os estudantes podem mudar a inscrição quantas vezes quiserem até o prazo final. Algumas vagas para cotistas podem ter concorrência maior, por exemplo, por isso é necessário monitorar. O sistema vai considerar a última inscrição validada pelo candidato.
Como a oferta de vagas é menor do que a procura dos candidatos, o estudante deve seguir algumas dicas de procedimento durante o período de inscrições e monitorar a nota de corte dos cursos escolhidos o tempo todo. Se a nota de corte estiver muito acima da pontuação obtida pelo candidato no Enem, a melhor saída é escolher um outro curso e/ou instituição com nota de corte mais baixa.
Os candidatos que se enquadram na política de cotas (estudantes que fizeram todo o ensino médio em escola pública, com renda per capita de até 1,5 salário mínimo, ou que se autodeclara preto, pardo ou indígena), também deve verificar se vale mais a pena concorrer entre os cotistas, onde o número de vagas é menor, ou pela ampla concorrência. Nem sempre a nota de corte dos cotistas é menor do que os dos demais concorrentes.
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