quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Nível do Cantareira se estabiliza após dia com maior chuva desde abril

Capacidade se manteve a mesma após mais de 100 dias em queda.
Chuva de 22,2 mm não foi suficiente para fazer nível de represas subir.


Barco fora da água após Represa de Nazaré Paulista baixar por causa da estiagem (Foto: Isabela Leite/G1)Barco fora da água após Represa de Nazaré Paulista baixar por causa da estiagem (Foto: Isabela Leite/G1)
Após 101 dias em queda, o nível do Sistema Cantareira teve dia de recuperação depois da chuva na região dos reservatórios na terça-feira (2). O índice, segundo medição da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), manteve-se o mesmo nesta quarta-feira (3) em relação ao dia anterior: 10,7%.
As chuvas que caíram em São Paulo na noite de terça, e deixaram ao menos 34 semáforos quebrados na cidade, também chegaram na região dos reservatórios. É lá, no sul de Minas Gerais, que precisa chover para que os níveis das represas subam.
A precipitação na região foi de 22 milímetros, o que não aconteceia desde abril. No dia 16 do citado mês, havia chovido 27,1 milímetros.
Porém, a chuva não foi suficiente para fazer o nível das represas subir. O sistema não consegue aumentar seu nível há 140 dias. Foi em 16 de abril que as represas operaram com 12,3% de sua capacidade, 0,3 pontos percentuais acima do registrado no dia anterior.
A previsão para esta quarta-feira, segundo a meteorologista do Inmet, Neide Oliveira, é de nova pancada. “Tem chuva pra hoje à tarde, igual ontem. Amanhã diminui bastante, fica nublado, deve chover pouco, cerca de 5 milímetros. Só depois do dia 10 que deve voltar a chover forte, por enquanto fica um pouco instável”, comentou.
100 dias
O sistema chegou a completar 100 dias em queda nesta segunda-feira (1). Desde o dia 25 de maio, quando o nível estava em 25,6% da capacidade das represas, foram mais de três meses com queda nos índices.

No dia 24 de maio, o sistema tinha conseguido repetir o mesmo nível registrado no dia anterior, de 25,7% da capacidade. Desde então, a quantidade de água nas represas baixou todos os dias. Nesse período, o Cantareira perdeu 14,8 pontos percentuais da capacidade das represas.
Além de perder água há 100 dias, o sistema não consegue aumentar seu nível há 138 dias. Foi em 16 de abril que as represas operaram com 12,3% de sua capacidade, 0,3 pontos percentuais acima do registrado no dia anterior.
Um dos principais motivos para a constante queda é a seca que atinge a região. O mês de agosto, a exemplo de outros seis meses do ano, terminou com chuvas abaixo da média histórica. Foram 22,7 milímetros contra o esperado de 36,9 milímetros.
Dos oito meses do ano até agora, apenas em março choveu mais do que a média. Ao longo dos oito primeiros meses de 2014, a precipitação acumulada foi de 58% do esperado, o que agravou a crise no abastecimento da Grande São Paulo.
Motivo da crise
A crise no Cantareira começou por causa da pouca chuva e das altas temperaturas no último verão. No inverno, segundo a meteorologista Josélia Pegorim, da Climatempo, os níveis de chuva estão próximos do esperado para a estação. “Todo o problema de abastecimento de água na Grande São Paulo é decorrente da falta de chuva que aconteceu especialmente no verão 2013/2014”, disse.

Segundo ela, a expectativa é de voltar a chover regularmente apenas em outubro. “O quadro de seca vai continuar. A expectativa é que a chuva comece a cair com alguma regularidade mais no final de setembro e principalmente em outubro”, diz. Ainda assim, a possibilidade de as chuvas atrasarem não está descartada.
O Sistema Cantareira é formado pelas represas Jaguari, Jacareí, Cachoeira e Atibainha. Elas ficam no estado de São Paulo e no sul de Minas Gerais. Juntas, as represas fornecem água para cerca de 9 milhões de pessoas na cidade de São Paulo (zonas Norte, Central e parte das zonas Leste e Oeste), além de Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuíba, Barueri e Taboão da Serra, São Caetano do Sul, Guarulhos e Santo André. Parte do interior do estado também recebe água do sistema.
Desde fevereiro, a Sabesp oferece bônus para os consumidores abastecidos pelo Sistema Cantareira que atingirem a meta de 20% de redução ou mais. Para esses consumidores, há desconto de 30% na conta. Dados da companhia, no entanto, mostram que bairros considerados de alto padrão tiveram a pior média de economia de água na capital no primeiro semestre de 2014.
A região dos Jardins, na Zona Oeste, foi a que menos reduziu o consumo na cidade entre janeiro e junho deste ano. Os bairros da região do Jaçanã, na Zona Norte, foram os que mais conseguiram reduzir a conta de água, com economia de 20,43% no primeiro semestre.
Fonte: G1

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