Capacidade se manteve a mesma após mais de 100 dias em queda.
Chuva de 22,2 mm não foi suficiente para fazer nível de represas subir.
Após 101 dias em queda, o nível do Sistema Cantareira teve dia de recuperação depois da chuva na região dos reservatórios na terça-feira (2). O índice, segundo medição da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), manteve-se o mesmo nesta quarta-feira (3) em relação ao dia anterior: 10,7%.
As chuvas que caíram em São Paulo na noite de terça, e deixaram ao menos 34 semáforos quebrados na cidade, também chegaram na região dos reservatórios. É lá, no sul de Minas Gerais, que precisa chover para que os níveis das represas subam.
A precipitação na região foi de 22 milímetros, o que não aconteceia desde abril. No dia 16 do citado mês, havia chovido 27,1 milímetros.
Porém, a chuva não foi suficiente para fazer o nível das represas subir. O sistema não consegue aumentar seu nível há 140 dias. Foi em 16 de abril que as represas operaram com 12,3% de sua capacidade, 0,3 pontos percentuais acima do registrado no dia anterior.
A previsão para esta quarta-feira, segundo a meteorologista do Inmet, Neide Oliveira, é de nova pancada. “Tem chuva pra hoje à tarde, igual ontem. Amanhã diminui bastante, fica nublado, deve chover pouco, cerca de 5 milímetros. Só depois do dia 10 que deve voltar a chover forte, por enquanto fica um pouco instável”, comentou.
100 dias
O sistema chegou a completar 100 dias em queda nesta segunda-feira (1). Desde o dia 25 de maio, quando o nível estava em 25,6% da capacidade das represas, foram mais de três meses com queda nos índices.
No dia 24 de maio, o sistema tinha conseguido repetir o mesmo nível registrado no dia anterior, de 25,7% da capacidade. Desde então, a quantidade de água nas represas baixou todos os dias. Nesse período, o Cantareira perdeu 14,8 pontos percentuais da capacidade das represas.
Além de perder água há 100 dias, o sistema não consegue aumentar seu nível há 138 dias. Foi em 16 de abril que as represas operaram com 12,3% de sua capacidade, 0,3 pontos percentuais acima do registrado no dia anterior.
Um dos principais motivos para a constante queda é a seca que atinge a região. O mês de agosto, a exemplo de outros seis meses do ano, terminou com chuvas abaixo da média histórica. Foram 22,7 milímetros contra o esperado de 36,9 milímetros.
Dos oito meses do ano até agora, apenas em março choveu mais do que a média. Ao longo dos oito primeiros meses de 2014, a precipitação acumulada foi de 58% do esperado, o que agravou a crise no abastecimento da Grande São Paulo.
Motivo da crise
A crise no Cantareira começou por causa da pouca chuva e das altas temperaturas no último verão. No inverno, segundo a meteorologista Josélia Pegorim, da Climatempo, os níveis de chuva estão próximos do esperado para a estação. “Todo o problema de abastecimento de água na Grande São Paulo é decorrente da falta de chuva que aconteceu especialmente no verão 2013/2014”, disse.
Segundo ela, a expectativa é de voltar a chover regularmente apenas em outubro. “O quadro de seca vai continuar. A expectativa é que a chuva comece a cair com alguma regularidade mais no final de setembro e principalmente em outubro”, diz. Ainda assim, a possibilidade de as chuvas atrasarem não está descartada.
O Sistema Cantareira é formado pelas represas Jaguari, Jacareí, Cachoeira e Atibainha. Elas ficam no estado de São Paulo e no sul de Minas Gerais. Juntas, as represas fornecem água para cerca de 9 milhões de pessoas na cidade de São Paulo (zonas Norte, Central e parte das zonas Leste e Oeste), além de Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuíba, Barueri e Taboão da Serra, São Caetano do Sul, Guarulhos e Santo André. Parte do interior do estado também recebe água do sistema.
Desde fevereiro, a Sabesp oferece bônus para os consumidores abastecidos pelo Sistema Cantareira que atingirem a meta de 20% de redução ou mais. Para esses consumidores, há desconto de 30% na conta. Dados da companhia, no entanto, mostram que bairros considerados de alto padrão tiveram a pior média de economia de água na capital no primeiro semestre de 2014.
A região dos Jardins, na Zona Oeste, foi a que menos reduziu o consumo na cidade entre janeiro e junho deste ano. Os bairros da região do Jaçanã, na Zona Norte, foram os que mais conseguiram reduzir a conta de água, com economia de 20,43% no primeiro semestre.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário