Pesquisa apontou petista com 4% das intenções de voto ao governo de SP.
Ex-presidente ainda teceu críticas a ministros do STF no caso do mensalão.
A baixa popularidade do ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), que em dezembro do ano passado apareceu na pesquisa Datafolha com apenas 4% das intenções de voto em uma possível disputa pelo governo de São Paulo, parece não desanimar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em encontro realizado pelo Partido dos Trabalhadores na manhã deste sábado (8) em Ribeirão Preto (SP), Lula disse que o desempenho de Padilha na eleição irá "surpreender os tucanos".
No discurso deste sábado, o ex-presidente ainda teceu críticas aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a forma como o julgamento do mensalão foi conduzido e disse que o PT é solidário aos condenados no caso.
Governo de SP
Apesar do discurso positivo sobre a campanha pelo governo de SP, Lula admitiu que a disputa com o PSDB não será fácil. "Os tucanos não brincam em serviço porque ninguém tem um bico daquele tamanho à toa. É bico de um predador, de comedor de filhotinho, temos que ter muito cuidado", avaliou.
A alta cúpula do PT se reuniu em Ribeirão Preto para lançar a "Caravana Horizonte Paulista", projeto que vai levar o ex-ministro da Saúde a várias cidades de São Paulo antes do início da campanha eleitoral. Além de Padilha e de Lula, também participaram do encontro o presidente nacional do PT, Rui Falcão, o presidente estadual, Emídio de Souza, o senador Eduardo Suplicy, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, e o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia.
Em discurso de mais de meia hora, Lula manteve o mesmo tom de crítica ao governo do PSDB adotado por Padilha na sexta-feira (7), quando os dois participaram de um encontro com cerca de 200 empresários da região. "Acho que poucas vezes em que o PT disputou o governo do estado de São Paulo nós tivemos tantos argumentos e o PSDB esteve tão fragilizado como está hoje. Acho que os tucanos vão ter uma surpresa com o Padilha", disse.
Críticas ao STF
Sem citar nomes, o ex-presidente aproveitou o encontro para criticar a atuação dos ministros do STF na forma como o julgamento do mensalão foi conduzido. "O papel de um ministro da Suprema Corte é falar nos autos do processo e não ficar falando para a televisão o que ele pensa. Se quer fazer política, entra em um partido político e seja candidato. Quando você indica alguém você está dando um emprego vitalício e um cidadão que quiser fazer política que diga que não aceita ser ministro, que quer ser deputado."
Lula não concedeu entrevista aos jornalistas, mas também se referiu aos petistas presos no mensalão, dizendo que o partido "se solidariza com os companheiros que estão na prisão". "Temos que ter um julgamento justo. Se os companheiros erraram e tiverem provas, tudo bem. Se tiverem provas contra mim, eu tenho que pagar. Se tiverem provas contra a Marta, ela tem que pagar. O nosso partido não deixou sujeira embaixo do tapete. Queremos a transparência neste país", disse.
Caravana
Após o encontro em Ribeirão, a caravana do ex-ministro da Saúde segue, ainda neste sábado (8), para visitas a Brodowski (SP) e Barretos (SP), sem a presença de Lula. A primeira etapa da viagem pelo interior paulista passará nos próximos dez dias por cidades como Sertãozinho (SP), Pirassununga (SP), Leme (SP), Araras (SP), Piracicaba (SP), Limeira (SP), Americana (SP) e terminará em Campinas (SP). A segunda etapa da caravana será feita no Vale do Ribeira.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, fez questão de ressaltar que a caravana servirá para debater os problemas de cada região, mas que o movimento não faz parte da campanha eleitoral. "A lei nos impede de fazer propaganda e campanha antes das datas estipuladas, mas não nos impede de conversar e debater sobre os nossos problemas. É isso que nós estamos fazendo com esse projeto", disse Falcão.
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