sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Carta aos profissionais da educação


Caro(a) colega,
Se me permite, gostaria de iniciar esta carta lhe pedindo um minuto para pensar. Pensar nos seus objetivos, nos sonhos pessoais e familiares que deveriam se tornar realidade a partir da profissão que você escolheu. Quantos foram realizados? Quantos ainda estão aguardando parados no tempo?
Sabemos o quanto é alta a muralha que nos impede de alcançarmos esses objetivos. E sabemos que os salários de miséria são os principais empecilhos para essas conquistas. Hoje, nosso piso salarial é 50% menor do que o de qualquer outra categoria com a mesma formação intelectual.
Ganhamos pouco, desrespeitosamente pouco!
Mas não é só isso. Também nos são negados direitos trabalhistas, como promoções e licenças; nossa carreira é truncada para que não recebamos o que nos é de direito; corremos riscos que vão desde a falta de segurança nas escolas até tetos que desabam.
Agora, compare o seu salário e o seu ambiente de trabalho com o de qualquer outro profissional que estudou o mesmo que você. Profundamente injusto, não?
Muitos não suportam essa condição e desistem: pesquisa realizada em São Paulo, aponta que a cada ano 3 mil educadores abandonam a profissão. Outros abandonam a vocação antes mesmo de entrar: dados da Fundação Carlos Chagas revelam que hoje apenas 2% dos alunos querem entrar na carreira do magistério.
Mas o governo Rosalba, através da Secretaria de Educação, diz que não há motivo para greve. Aponta até um reajuste de 91%, fruto de uma engenhosa matemática que volta ao passado em três anos e usa como base os salários mais elevados do meio para o fim da carreira docente. Esconde que o reajuste salarial no ano passado foi de apenas 7,97%, mas que poderia ter sido de 100% e mesmo assim ainda teríamos que estar lutando para eliminar o profundo fosso que nos separa da dignidade profissional já alcançada por outras categorias.
Então, hoje restam duas opções: desistir ou lutar! Participar da greve é a escolha dos que não desistem, dos que não abrem mão dos seus objetivos. Não participar é como desistir. Mesmo que apenas por dentro.
Se você já está em greve Parabéns! Participe das atividades e se mantenha informado das de luta através dos meios de comunicação do Sindicato. Se não entrou ainda, a hora é essa! Sabemos que o ideal era termos essa conversa pessoalmente mas isso não é possível. Os diretores do SINTE/RN estão sendo perseguidos. A Secretaria de Educação tirou nossa disponibilidade. Mas sua participação é muito importante. Sem ela ficamos fracos e precisamos de toda força para vencer esse adversário que impede a realização do nossos sonhos.
Receba meu abraço fraterno e vamos à luta!
Professora Fátima Cardoso
Fonte: www.sintern.org.br/

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