O ano de 2013 encerra com o cenário político para as eleições de outubro sem ao menos ter um norte. Nos preparativos para as disputas majoritárias há mais indefinições que tendências.
O quadro é bem diferente das duas últimas eleições para o Governo do Estado. No final de 2005 já se sabia que a governadora Wilma de Faria (PSB), mesmo com desvantagem superior a 20 pontos percentuais, iria encarar Garibaldi Filho (PMDB), apelidado na época de "Governador de Férias". O então senador Fernando Bezerra (hoje filiado ao PMDB, mas à época membro do PTB) era candidato natural à reeleição.
A indefinição girava em torno do apoio ou não do PMDB ao ex-senador Geraldo Melo (então presidente do PSDB, mas hoje de volta ao peemedebismo). O elemento surpresa na reta final das negociações foi a atual governadora Rosalba Ciarlini (DEM) que foi alçada ao cargo na reta final das negociações e terminou eleita senadora.
No final de 2009 o cenário era ainda mais claro. O governismo wilmista estava rachado. Ela estava decidida a ficar ao lado do vice-governador Iberê Ferreira de Sousa (PSB), que assumiria o cargo para ela se desincompatibilizar e disputar o Senado. Os senadores Garibaldi Filho e José Agripino (DEM) disputariam a reeleição. Já Rosalba era a favorita para ser eleita governadora. O ano de 2010 começou com o cenário praticamente montado.
Já este ano é tudo diferente. Não há um nome certo para o Governo do Estado nem para o Senado. Nem grupos existem. Estão todos conversando entre si e excluindo o DEM que tem como empecilho o desgaste da governadora. Nenhuma das grandes lideranças aceita ficar ao lado dela.
As pesquisas mostram Wilma de Faria como nome competitivo para Governo e Senado. No entanto, a líder socialista está indecisa. Dificuldades com a Justiça são apontadas como fatores para ela encarar uma disputa majoritária. Uma vaga na Câmara dos Deputados não está descartada.
O PMDB tenta emplacar uma candidatura própria. No entanto, as maiores estrelas da agremiação não encaram uma disputa ao Governo do Estado. A alternativa é construir uma postulação com o ex-senador Fernando Bezerra.
A única certeza é que o PT terá Fátima Bezerra para o Senado. A deputada federal tenta juntar os cacos do desgaste sofrido nas disputas internas pelo comando do partido. A tendência é ter apoio da legenda com a acomodação de interesses como a candidatura do deputado Fernando Mineiro a uma vaga na Câmara Federal.
O vice-governador Robinson Faria (PSD) garante que será candidato ao Governo. No entanto, ele está isolado e depende do resultado das negociações dos outros líderes para formar um palanque forte. Manter o mandato do deputado federal Fábio Faria pode levá-lo a mudar de planos.
A governadora Rosalba Ciarlini, mesmo tendo direito à reeleição, não sabe se vai disputar o cargo. Mesmo com uma discreta queda na impopularidade, ela ainda não está em condições de saber se terá condições de ir à praça pública pedir votos. Nem legenda garantida ela tem. Comenta-se que o PMDB teria condicionado a não candidatura de Rosalba à formação de uma aliança proporcional. A oferta é tentadora para o deputado federal Felipe Maia ter esteiras para buscar a reeleição.
O ano de 2014 começa com um cenário totalmente indefinido até mesmo a respeito de quais grupos vão se enfrentar.
Ano começa com quadro nacional praticamente definido
O cenário nacional é bem diferente do estadual. Há candidatura definidas e encaminhadas. Nomes importantes já retiraram o time de campo para o pleito vindouro.
A presidente Dilma Rousseff disputa a reeleição pelo PT. A tão comentada possibilidade de racha no partido com o ex-presidente Lula entrando na parada já foi completamente descartada pelo líder petista. O companheiro de chapa dela será o mesmo de 2010: Michel Temer.
O PSDB já tem um nome definido. Será o senador mineiro Aécio Neves. Ele é o nome natural do partido desde o final das eleições de 2010. Desgastado pelas seguidas derrotas, o ex-governador paulista José Serra já anunciou que não tentará pela terceira vez chegar ao Palácio do Planalto.
A novidade das eleições deste ano será o palanque formado pelos ex-aliados do PT, Eduardo Campos e Marina Silva. Campos se tornou alternativa à dicotomia PT/PSDB devido ao desempenho como governador de Pernambuco. Marina também era um nome dos mais fortes. Estava em segundo lugar nas pesquisas, mas a criação da Rede Sustentabilidade não se viabilizou e ela levou o seu grupo para o PSB para as eleições desse ano. Ela já disse que apoiará o nome de Eduardo Campos. A tendência é de que Marina seja a vice do líder socialista.
O cenário para a corrida ao Planalto está delineado, falta apenas definir o vice de Aécio que pode ser do DEM. Com exceção de 2002, quando a peemedebista Rita Camata (ES) foi a vice de Serra, desde 1994 que o antigo PFL indica o companheiro de chapa do protagonista tucano.
Mais uma vez o senador potiguar José Agripino é cotado para a vaga. Desta vez numa posição bem mais discreta que a de 2006 quando perdeu para o pernambucano (hoje ministro do TCU) José Jorge.
Bruno Barreto
Editor de Política
Fonte: omossoroense.uol.com.br
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