Médica diz que não sabe de outro caso em que criança tenha sobrevivido.
Vitória nasceu em um hospital de SP e agora conhece SC, o estado dos pais.
Vivendo em um hospital de São Paulo desde que nasceu, por conta de duas doenças no coração, Vitória Rossetti Cavanholi, de um ano e meio, foi para casa na tarde desta sexta-feira (22). Na cidade de Orleans, no Sul catarinense, a menina, os pais e o irmão Vinícius foram recebidos com festa - parentes e amigos fizeram uma homenagem à família na entrada da cidade.
A menina tinha a Síndrome do Coração Esquerdo Hipoplásico e a anomalia de Ebstein. A mãe dela, que recebeu o diagnóstico da filha ainda na gestação, foi para São Paulo no oitavo mês de gravidez, para que a criança nascesse em uma unidade de saúde. Em junho deste ano, a menina passou por um transplante, recebeu um novo coração e agora não tem mais nenhuma das duas doenças.
Segundo Luciana Fonseca da Silva, responsável pelo tratamento de Vitória no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, a síndrome fez com que a criança nascesse apenas com o lado direito do órgão. "As duas doenças [a síndrome e a anomalia]são raras. A combinação delas é mais rara ainda", explica a médica.
Conforme conta o pai de Vitória, Joel Cavanholi, na época do diagnóstico, ele e a esposa foram informados de que a menina não sobreviveria. “Era como estar num buraco negro. A gente não sabia o que fazer. Pesquisamos e decidimos ir para São Paulo. Lá encontramos uma luz”, lembra.
A criança passou por procedimentos cirúrgicos e esteve por meses em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Os pais achavam que perderiam a menina. "Mas ela conseguiu se recuperar e nós continuamos lutando com ela”, conta o pai. Em junho, a criança recebeu o coração de um menino de quatro anos de idade.
Após o procedimento, a menina ainda passou por um cateterismo para dilatar as artérias pulmonares e aumentar o fluxo sanguíneo que chega aos pulmões. Agora, depois de um ano e meio de vida e morando no hospital, a família pôde voltar para casa. “A gente está muito feliz. A gente a vê bem em casa, é muito bom”, comemora Deisi Rossetti Cavanholi, mãe de Vitória.
A médica Luciana conta que não tem notícias de outro caso de bebê com a combinação das duas doenças que tenha sobrevivido logo após o nascimento, mas não pode garantir se o caso é único no Brasil. De acordo com ela, a menina precisará tomar medicamento para evitar rejeição ao órgão transplantado. "Felizmente ela foi agora para Santa Catarina conhecer o estado dos pais dela", afirma.
“Fico feliz porque Deus nos ajudou. Agradeço aquela família que doou o coração para a Vi. Agradeço muito a Deus”, conta Vinícius, o irmão da menina. Ela é chamada de "pequena guerreira" pelo pai.
Fonte: g1.globo.com
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