Elissandro Spohr, o Kiko, usou pirotecnia no local em outubro de 2012.
Imagens foram divulgadas pela ex-relações públicas do estabelecimento.
Elissandro Spohr, o Kiko, usa fogo em gravação de clipe na boate, em Santa Maria (Foto: Arquivo Pessoal)
"Ninguém sabia que aquilo ia acontecer. O Kiko não avisou ninguém, nem os funcionários, nem os organizadores da festa. Todo mundo ficou chocado e algumas pessoas ficaram em pânico”, garantiu Vanessa ao G1 por telefone. De acordo com ela, a gravação foi realizada por volta das 2h do dia 27 de outubro de 2012, durante uma festa do curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
A ex-funcionária recorda ainda que o ar dentro da boate ficou impregnado com um forte cheiro de queimado. Vanessa afirma que, na noite da gravação com uso de artefatos pirotécnicos, a casa estava lotada. “Havia mais de 1200 pessoas naquela noite. Eu estava na área vip, que fica um pouco distante do palco, mas conseguia sentir o calor do fogo e um cheiro que irritava a garganta”, recorda ela, que foi funcionária da boate Kiss entre dezembro de 2010 e dezembro de 2012.
A irmã de Vanessa, Letícia Vasconcellos, trabalhava como recepcionista na Kiss e foi uma das vítimas da tragédia. Indignada, ela conta que não mostrou as imagens antes porque elas estavam em poder da polícia. "Deixei o material com o delegado. Divulgar essas fotos antes poderia atrapalhar as investigações. Mas as fatos estão aí, comprovados”, desabafa
Procurado pela reportagem do G1, o advogado de Kiko, Jader Marques, diz que a gravação foi feita apenas para convidados e que foram usados artefatos adequados para locais fechados. "O Kiko preparou a boate para fazer uma gravação de um clipe. Foram pessoas convidadas, amigos dele, em um horário diferente do funcionamento normal da casa. Se eu não me engano, à tarde. Os fogos utilizados são os permitidos para uma casa noturna, diferentemente da noite do incêndio. Além disso, essa situação mostra a confiança que o Kiko tinha na segurança da casa."
Em entrevista exlclusiva ao Fantástico, no dia 3 de fevereiro, Kiko garantiu que nunca autorizou a banda Gurizada Fandangueira a usar fogos dentro da boate, conforme mostra o vídeo (veja ao lado). O grupo musical é conhecido pela pirotecnia em suas apresentações e tocou na Kiss na noite da tragédia. Um sinalizador aceso pelo vocalista teria causado o incêndio.
"A banda nunca falou comigo sobre isso. Eu nunca autorizei isso. Faz dois anos, eu acho, que a banda toca lá. Eu vi no mínimo 30 shows deles. Nunca fizeram isso, nem na Kiss. Vi shows deles em outros lugares, eles também nunca usaram isso. Se eu soubesse que iam usar, não deixaria" assegurou Kiko.
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, deixou 238 mortos na madrugada do último domingo (27). O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco. De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e das informações divulgadas até o momento por investigadores:
- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso.
- Era comum a utilização de fogos pelo grupo.
- A banda comprou um sinalizador proibido.
- O extintor de incêndio não funcionou.
- Havia mais público do que a capacidade.
- A boate tinha apenas um acesso para a rua.
- O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.
- Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.
- Era comum a utilização de fogos pelo grupo.
- A banda comprou um sinalizador proibido.
- O extintor de incêndio não funcionou.
- Havia mais público do que a capacidade.
- A boate tinha apenas um acesso para a rua.
- O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.
- Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.
Fonte: G1
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