terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

COI surpreende e indica exclusão da luta olímpica nas Olimpíadas de 2020


'Um esporte fundador das Olimpíadas desde a antiguidade não pode ficar 
fora', diz presidente da Confederação. Confirmação será em setembro


O Comitê Olímpico Internacional (COI) indicou nesta terça-feira a exclusão da luta olímpica do programa das Olimpíadas de 2020. A decisão final será anunciada apenas em setembro, em Buenos Aires, durante a Assembleia do COI, depois da escolha da cidade sede - Istambul, Madri ou Tóquio. A luta não aparecia entre os mais “ameaçados”, já que é o terceiro esporte a distribuir mais medalhas: 72 - atrás apenas de atletismo (141) e natação (102). Um dos cotados para sair era o pentatlo moderno, modalidade em que a brasileira Yane Marques foi bronze em Londres 2012.
Em Londres, o Brasil teve apenas uma representante na luta: Joice Silva, na luta livre. Ela perdeu no primeiro combate, para a russa Valeriia Zhobolova. Outros três brasileiros foram aos Jogos: Floriano Spiess (1988), Roberto Leitão (1988 e 1992) e Antoine Jaoude (2004).
Joice silva luta greco-romana londres 2012 olimpiadas (Foto: AP)Joice Silva (de vermelho) nas Olimpíadas de Londres 2012 (Foto: AP)
A notícia é um balde de água fria nos planos brasileiros para o esporte. No mês passado, o Rio de Janeiro, sede das Olimpíadas de 2016, inaugurou um centro de treinamento internacional, com equipamentos cedidos pela Federação Internacional de Lutas Associadas.
- Espero sinceramente que o COI reconsidere esta opção. Um esporte fundador das Olimpíadas desde a antiguidade não pode ficar fora dos Jogos - escreveu Pedro Gama Filho, presidente da Confederação Brasileira de Lutas Associadas (CBLA), em seu perfil em uma rede social.
Confirmados em 2020Candidatos a uma vaga
Atletismo
Badminton
Basquete
Boxe
Canoagem
Ciclismo
Esgrima
Hipismo
Futebol
Ginástica
Levantamento de peso
Handebol
Hóquei sobre grama
Judô
Natação
Pentatlo moderno
Remo
Taekwondo
Tênis
Tênis de mesa
Tiro
Tiro com arco
Triatlo
Vela
vôlei
Beisebol/softbol
Caratê
Luta Olímpica
Squash
Patinação
Eescalada
Wakeboard
Wushu
O COI analisa sistematicamente os 26 esportes que atualmente fazem parte do programa olímpico. Leva em conta: audiência, venda de ingressos, controle de doping, número de países participantes e popularidade. Os últimos excluídos foram beisebol e softbol, que se despediram em Pequim 2008. Em 2016, no Rio de Janeiro, golfe e rúgbi ocuparão as vagas.
Beisebol e softbol uniram forças e, juntos, vão tentar entrar de novo em 2020, assim como outros esportes: caratê, squash, patinação, escalada, wakeboard e wushu - este foi exibição em Pequim. A luta olímpica poderá se juntar a esses sete candidatos para tentar permanecer. Em maio, na Rússia, haverá um corte para decidir quais desses esportes brigarão pela vaga olímpica em setembro.
- É apenas uma recomendação da comissão executiva. A reunião decidirá quais esportes integrarão o programa para 2020. Isso é um processo de renovação do programa olímpico. Na visão do comitê executivo, esse é o melhor programa para os Jogos em 2020. A questão não é o que há de errado com a luta, e sim o que há de certo nos outros 25 esportes - disse o porta-voz Mark Adams.
De 1896 a 2016, apenas uma vez fora dos Jogos
A luta olímpica é um dos esportes mais antigos do mundo, com registros que datam de 3000 antes de Cristo. Fez parte dos Jogos Olímpicos da Antiguidade e, nos Jogos Modernos, somente ficou uma vez fora. Entrou no programa olímpico da Era Moderna em Atenas 1896, com a greco-romana; a luta livre, em Saint Louis 1904.
Em Londres, o líder do quadro de medalhas da luta olímpica foi a Rússia, com quatro ouros, duas pratas e cinco bronzes. Japão, Irã, Azerbaijão e Estados Unidos fecharam o top 5.
Apesar de ter conquistado apenas um bronze no esporte, a Turquia, país que tenta ser a sede de 2020, é tem muito a perder com a exclusão. Vinte e oito de suas 39 medalhas de ouro na história dos Jogos foram conquistadas na luta.
Cuba é outra potência na luta olímpica. Uma de suas cinco únicas medalhas de ouro em Londres foi conquistada por Mijain Lopez, carinhosamente apelidado pelos brasileiros de"abominável gigante". O país levou ainda um bronze, com Livan Lopez.
Fonte: globoesporte.globo.com

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